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04/09/2002 - 10h38

Ataques de 11 de setembro movimentam indústria cultural dos EUA

SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Nova York

Um ano depois do ataque terrorista de 11 de setembro, o mundo tal como o conhecíamos ainda não acabou, diferentemente do que previram no calor dos acontecimentos intelectuais e pensadores do porte de Noam Chomsky e Gore Vidal.

Para ficar em apenas um exemplo das previsões catastróficas, em seu livro "9-11", lançado logo após o ataque de 2001, o linguista Chomsky havia escrito que viria por aí uma "guerra santa" que teria lugar no próprio território norte-americano.

Não foi bem assim. Doze meses depois, os Estados Unidos lideram as homenagens ao primeiro ano da queda das torres do World Trade Center da maneira de sempre, pondo para movimentar a bilionária indústria cultural.

Entre livros, CDs, filmes, DVDs, programas de TV, peças, exposições, o número de lançamentos previstos para as próximas semanas é quase maior do que o número de vítimas daquele dia. Só em literatura, cerca de 150 novos títulos abordam o 11 de setembro.

As homenagens também estão agitando a classe artística e política, juntando na mesma causa nomes tão díspares quanto o do ator Tom Hanks, de orientação liberal, e do ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani, do Partido Republicano.

Anteontem, no Festival de Cinema de Deauville, na França, o protagonista de "Forrest Gump" declarou que "precisaremos de anos para superar o 11 de setembro". Já no Video Movie Awards da MTV da semana passada, o político disse aos jornalistas que sua música preferida é "New York, New York" e pediu à imprensa que conclamasse as pessoas a virem gastar nas peças, cinemas e lojas de discos da cidade.

Em todas as áreas, a diversidade temática dá um tempo e se dedica a um só assunto. Assim, a TV norte-americana exibe só nesta semana 10 especiais, entre eles uma análise da MTV sobre como o cenário cultural norte-americano teria mudado desde então.

Entre os documentários que estréiam nos cinemas até sexta-feira destacam-se "7 Days in September", de Steven Rosenbaum, que reúne imagens recolhidas de fotógrafos e cinegrafistas do mundo todo, e "11'9"01", o projeto mais ambicioso, colocado de pé pela francesa BAC Films.

Nele, 11 cineastas foram convocados a fazer o que quisessem sobre o tema desde que levassem exatamente 11 minutos, 9 segundos e um frame para tanto. Toparam o desafio nomes como Ken Loach e Sean Penn.

No teatro, destaca-se "Brave New World", título tirado da peça "A Tempestade", de Shakespeare, que reúne a partir do fim de semana artistas de todas as áreas interpretando trechos ou pequenas peças feitas a partir do ataque.

O elenco e a autoria é de fazer inveja a qualquer musical da Broadway: de Sarah Jessica Parker (de "Sex and the City") a Susan Sarandon, passando por Harvey Keitel e Marisa Tomei, lendo textos de gente do gabarito de Neil Labute e Spalding Gray.

Nem o setor infantil da literatura ficou de fora. São 20 novos títulos, entre eles "And God Cried Too - A Kid's Book of Healing and Hope" (E Deus Chorou Também - Um Livro Infantil de Conforto e Esperança), de Marc Gellman, espécie de "por que coisas ruins acontecem para pessoas boas", e "Even Firefighters Hug Their Moms" (Até Mesmo os Bombeiros Abraçam Suas Mães), de Christine Kole MacLean.
 

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