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12/10/2002 - 02h50

Hélio Oiticica rememora torres do WTC

da Folha de S.Paulo, em Nova York

Termina amanhã em Nova York a maior exposição de e sobre Hélio Oiticica (1937-1980) que a cidade já assistiu. "Hélio Oiticica - Quasi-Cinemas" foi definida pelo jornal "The New York Times" como "profética", recebeu elogios da prestigiosa revista "ArtForum" e atraiu milhares de pessoas em seus três meses de vida.

É irônico que as três instalações que formam a mostra, que se estende por dois andares do New Museum (www.newmuseum.org), no SoHo, tenham demorado três décadas para serem exibidas na mesma cidade em que foram concebidas a quatro mãos pelo artista brasileiro e pelo cineasta Neville d" Almeida.

Amigos, ambos moravam em Nova York nos anos 70. "Ando por aqui, na parte baixa da cidade, hoje em dia, e vou reconhecendo lugares que frequentávamos", disse à Folha o diretor dos clássicos "A Dama do Lotação" (78) e "Rio Babilônia" (82).

Hélio Oiticica é um dos artistas brasileiros mais importantes e reconhecidos internacionalmente. Ajudou a mudar a arte nos anos 60 e é considerado o precursor do conceito "multimídia" e do palavrão que viria a ser conhecido depois como "instalação".

Pois é exatamente a última que dá o tom na exposição do SoHo. Estão montadas três instalações de Oiticica e d'Almeida, batizadas pelo primeiro de "Cosmococas", salas em que o público assiste a projeções sucessivas de slides e ouve música enquanto senta em redes, em almofadas ou mesmo em um piso feito de areia.

Além das instalações, há exibições dos filmetes em super-8 que Oiticica fazia em suas andanças por Nova York, 12 deles no total, com três minutos cada um, encontrados e restaurados por seu sobrinho, o fotógrafo César Oiticica Filho, que é curador do Projeto Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro.

Entre as preciosidades, está "Agripina É Roma-Manhattan", que traz imagens que o artista brasileiro fez das então recém-erguidas torres gêmeas do World Trade Center. "Hélio gostava de pegar sua câmera e sair por aí, registrando tudo", disse César à Folha.

A boa notícia é que "Quasi-Cinemas", que já passou pela Whitechapel Gallery, em Londres, e pela Koelnischer Kunstverein, em Colônia, chega ao Rio e a São Paulo no ano que vem, respectivamente no Centro de Artes Hélio Oiticica e na Pinacoteca. César conta que quer ampliar a mostra e exibir pela primeira vez no país todas as "Cosmococas" juntas.
 

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