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19/10/2002
-
03h17
da Folha de S.Paulo
No início dos anos 80, uma editora então quarentona operou uma das grandes transformações já vistas no mercado de livros brasileiro. Nos três primeiros anos da década, a Brasiliense lançou mais títulos do que já publicara desde sua fundação, em 1943, e de editora discreta, nos anos 60, passou ao posto de uma das casas mais influentes do mercado.
Na próxima semana, um dos personagens centrais desse "boom" sai do esquecimento ao qual estava condenado há mais de 15 anos e volta às prateleiras.
A coleção "Encanto Radical", série de livretos biográficos de grandes personalidades da história, está sendo reeditada.
Encostada desde 1987, por decisão do diretor da Brasiliense, Caio Graco Prado, filho do fundador Caio Prado Jr., a coleção chegou a ter mais de 80 títulos.
A ressurreição de "Encanto Radical" começa com três biografias do mesmo autor, o sociólogo argentino Horacio González. Seus livros sobre Karl Marx, Albert Camus e Evita Perón já estão a caminho das livrarias, com o novo projeto gráfico da série.
"A grande diferença entre esses personagens que estamos relançando mostra o ecletismo da coleção", diz Yolanda Prado, a Danda, atual diretora da Brasiliense.
Segundo ela, o "Encanto Radical" que dá nome à série não fazia referência necessariamente a personagens "radicais". "O que deveria haver sim era um encanto radical entre o biógrafo e o biografado", conta.
"Pai" da coleção, o editor Luiz Schwarcz, hoje dono da Companhia das Letras, diz que o outro sentido de "Encanto Radical" também valia. "A idéia era fazer minibiografias desempoeiradas, com cara nova, de transgressão. A Brasiliense tinha cara de transgressão", lembra.
Segundo ele, a série foi criada como "continuação charmosa do sucesso da "Primeiros Passos'", diz em referência à coleção de livretos igualmente de bolso com títulos como "O que É Ideologia" (de Marilena Chauí), "O que É Religião" (de Rubem Alves) etc.
A série, que terá seu 315º título lançado no dia 29 ("O que É a Bioética", de Debora Diniz e Dirce Guilhem), foi uma das únicas publicações constantes da Brasiliense nos últimos anos. "Passamos por momentos difíceis, mas a despeito de boatos de que quebramos ou de que nos vendemos, seguimos em frente e estamos nos reerguendo", diz Danda Prado.
"Encanto Radical", uma das esperanças da casa que publica Monteiro Lobato (obras que os herdeiros do autor têm tentado tirar da Brasiliense), seguirá com mais títulos ainda este ano.
Segundo a editora, devem ser reeditadas biografias como "Jesus", do escritor Paulo Leminski, e "Barão de Itararé", do professor de filosofia Leandro Konder, entre outros. Títulos novos, sobre Buda e Eleanor Roosevelt, também estão programados.
Coleção de pequenas biografias ganha reedições e novos títulos
CASSIANO ELEK MACHADOda Folha de S.Paulo
No início dos anos 80, uma editora então quarentona operou uma das grandes transformações já vistas no mercado de livros brasileiro. Nos três primeiros anos da década, a Brasiliense lançou mais títulos do que já publicara desde sua fundação, em 1943, e de editora discreta, nos anos 60, passou ao posto de uma das casas mais influentes do mercado.
Na próxima semana, um dos personagens centrais desse "boom" sai do esquecimento ao qual estava condenado há mais de 15 anos e volta às prateleiras.
A coleção "Encanto Radical", série de livretos biográficos de grandes personalidades da história, está sendo reeditada.
Encostada desde 1987, por decisão do diretor da Brasiliense, Caio Graco Prado, filho do fundador Caio Prado Jr., a coleção chegou a ter mais de 80 títulos.
A ressurreição de "Encanto Radical" começa com três biografias do mesmo autor, o sociólogo argentino Horacio González. Seus livros sobre Karl Marx, Albert Camus e Evita Perón já estão a caminho das livrarias, com o novo projeto gráfico da série.
"A grande diferença entre esses personagens que estamos relançando mostra o ecletismo da coleção", diz Yolanda Prado, a Danda, atual diretora da Brasiliense.
Segundo ela, o "Encanto Radical" que dá nome à série não fazia referência necessariamente a personagens "radicais". "O que deveria haver sim era um encanto radical entre o biógrafo e o biografado", conta.
"Pai" da coleção, o editor Luiz Schwarcz, hoje dono da Companhia das Letras, diz que o outro sentido de "Encanto Radical" também valia. "A idéia era fazer minibiografias desempoeiradas, com cara nova, de transgressão. A Brasiliense tinha cara de transgressão", lembra.
Segundo ele, a série foi criada como "continuação charmosa do sucesso da "Primeiros Passos'", diz em referência à coleção de livretos igualmente de bolso com títulos como "O que É Ideologia" (de Marilena Chauí), "O que É Religião" (de Rubem Alves) etc.
A série, que terá seu 315º título lançado no dia 29 ("O que É a Bioética", de Debora Diniz e Dirce Guilhem), foi uma das únicas publicações constantes da Brasiliense nos últimos anos. "Passamos por momentos difíceis, mas a despeito de boatos de que quebramos ou de que nos vendemos, seguimos em frente e estamos nos reerguendo", diz Danda Prado.
"Encanto Radical", uma das esperanças da casa que publica Monteiro Lobato (obras que os herdeiros do autor têm tentado tirar da Brasiliense), seguirá com mais títulos ainda este ano.
Segundo a editora, devem ser reeditadas biografias como "Jesus", do escritor Paulo Leminski, e "Barão de Itararé", do professor de filosofia Leandro Konder, entre outros. Títulos novos, sobre Buda e Eleanor Roosevelt, também estão programados.
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