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03/11/2002
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07h17
Nem só de votos vive o júri. Presentes na cidade para escolher os vencedores da 26ª Mostra, o italiano Silvio Soldini e o franco-romeno Radu Mihaileanu, ambos com 44 anos, aproveitaram a ocasião para apresentar seus novos longas. Ambos têm exibições hoje na "repescagem" do festival.
Mihaileanu, que foi premiado na edição de 2000 com "Trem da Vida", fez a première mundial de seu recém-finalizado "Os Pigmeus de Carlo". A comédia parte de uma história real. Mihaileanu, que nos anos 80 foi assistente de direção do italiano Marco Ferreri, recebe um telefonema à noite para viajar no dia seguinte à África Central e levar a Roma uma tribo de pigmeus para protagonizar a próxima produção de Ferreri.
As situações são verídicas, segundo o diretor, mesmo quando não parecem. "Cerca de 80% do filme aconteceu mesmo comigo, porque eu não podia decepcionar o meu grande mestre, embora a missão não tenha sido bem-sucedida", diz. "Cheguei à África com a mente européia, achando que estava fazendo um favor para aquela gente, mostrando a civilização. Estava errado e só percebi isso aos poucos. Mas no final Ferreri fez "La Casa del Sorriso" [88]. Só que sem os pigmeus", finaliza.
Conhecido no Brasil pelo sucesso de "Pão e Tulipas" (2000), Soldini diz que o projeto de "Queimando ao Vento" era anterior.
"Li o romance "Ontem" [da húngara radicada na Suíça Agota Kristof" em 97. Em fevereiro de 98 comecei a escrever o filme com Doriana Leondeff, com quem sempre trabalho", diz Soldini.
"Queimando ao Vento" conta a história de Tobias (Ivan Franek), que tenta escapar da miséria e da mancha de haver matado o pai indo para a Suíça. Lá reencontra a mulher de sua vida, casada.
"Decidi fazer um filme sobre esse livro porque a leitura me comoveu tanto que eu tinha certeza de que conseguiria realizar algo bom. O tema era importante para mim, e o personagem principal, um homem sensível e intenso. Gostei disso porque, em geral, os personagens que acho interessantes são femininos", diz o cineasta.
O parêntese entre o roteiro, em 98, e as filmagens, em 2001, ocorreu porque o diretor quis fazer antes "uma comédia, leve e com um olhar um pouco irônico para o mundo, que foi "Pão e Tulipas'".
Leia mais sobre a 26ª Mostra BR de Cinema
Jurados da Mostra BR de Cinema exibem suas novas produções
da Folha de S.PauloNem só de votos vive o júri. Presentes na cidade para escolher os vencedores da 26ª Mostra, o italiano Silvio Soldini e o franco-romeno Radu Mihaileanu, ambos com 44 anos, aproveitaram a ocasião para apresentar seus novos longas. Ambos têm exibições hoje na "repescagem" do festival.
Mihaileanu, que foi premiado na edição de 2000 com "Trem da Vida", fez a première mundial de seu recém-finalizado "Os Pigmeus de Carlo". A comédia parte de uma história real. Mihaileanu, que nos anos 80 foi assistente de direção do italiano Marco Ferreri, recebe um telefonema à noite para viajar no dia seguinte à África Central e levar a Roma uma tribo de pigmeus para protagonizar a próxima produção de Ferreri.
As situações são verídicas, segundo o diretor, mesmo quando não parecem. "Cerca de 80% do filme aconteceu mesmo comigo, porque eu não podia decepcionar o meu grande mestre, embora a missão não tenha sido bem-sucedida", diz. "Cheguei à África com a mente européia, achando que estava fazendo um favor para aquela gente, mostrando a civilização. Estava errado e só percebi isso aos poucos. Mas no final Ferreri fez "La Casa del Sorriso" [88]. Só que sem os pigmeus", finaliza.
Conhecido no Brasil pelo sucesso de "Pão e Tulipas" (2000), Soldini diz que o projeto de "Queimando ao Vento" era anterior.
"Li o romance "Ontem" [da húngara radicada na Suíça Agota Kristof" em 97. Em fevereiro de 98 comecei a escrever o filme com Doriana Leondeff, com quem sempre trabalho", diz Soldini.
"Queimando ao Vento" conta a história de Tobias (Ivan Franek), que tenta escapar da miséria e da mancha de haver matado o pai indo para a Suíça. Lá reencontra a mulher de sua vida, casada.
"Decidi fazer um filme sobre esse livro porque a leitura me comoveu tanto que eu tinha certeza de que conseguiria realizar algo bom. O tema era importante para mim, e o personagem principal, um homem sensível e intenso. Gostei disso porque, em geral, os personagens que acho interessantes são femininos", diz o cineasta.
O parêntese entre o roteiro, em 98, e as filmagens, em 2001, ocorreu porque o diretor quis fazer antes "uma comédia, leve e com um olhar um pouco irônico para o mundo, que foi "Pão e Tulipas'".
Leia mais sobre a 26ª Mostra BR de Cinema
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