04/01/2003 - 19h34

Globo mostra Revolução Farroupilha em "A Casa das Sete Mulheres"

da Folha Online

A Globo estréia na próxima terça-feira, dia 7, às 23h, a minissérie "A Casa das Sete Mulheres", livre adaptação da obra homônima da escritora gaúcha Leticia Wierzchowski feita por Maria Adelaide Amaral e Walter Negrão, com direção de núcleo de Jayme Monjardim. A trama irá ao ar em 52 capítulos, de terça a sexta-feira.

A minissérie conta a história da Revolução Farroupilha (1835-1845), que aconteceu no Rio Grande do Sul e foi uma das mais longas revoltas da história do país. A guerra em "A Casa das Sete Mulheres" é enfocada pela ótica das mulheres da família do líder dos farrapos, Bento Gonçalves (Werner Schünemann).

Segundo a autora Maria Adelaide Amaral, todos os personagens envolvidos com a guerra além das sete mulheres, de fato existiram.

As setes mulheres da história passaram dez anos em uma estância - período de duração do confronto entre os farroupilhas e as tropas do Império - esperando pela volta definitiva de seus maridos, filhos, tios, sobrinhos, primos e irmãos.

A minissérie também mostra questões como a formação étnica, cultural e geográfica do Estado do Rio Grande do Sul e a própria formação do Brasil. Um dos destaques é a relação escravocrata diversa da existente no restante do país, que será mostrada na trama.

Apostas

A minissérie reúne um elenco com mais de 70 integrantes. Entre eles estão em papéis de protagonistas atores ainda desconhecidos do público de TV, como o gaúcho Werner Schünemann, intérprete de Bento Gonçalves.

Com mais de 20 anos de carreira, Schünemann é também roteirista, diretor e fundador da Casa de Cinema de Porto Alegre. Protagonizou o filme "Netto Perde Sua Alma", de Beto Souza e Tabajara Ruas, ganhando o prêmio de melhor ator no Festival de Brasília por sua interpretação do General Antonio de Souza Neto.

A outra aposta da Globo nesta minissérie é a atriz Camila Morgado, 27, escolhida para fazer uma personagem que também existiu, a Manuela. Ela faz a narração histórica da trama, cujas passagens anota em seu diário, e forma um triângulo amoroso com dois mitos da História: o revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi (Thiago Lacerda) e a brasileira Anita Garibaldi (Giovanna Antonelli).

A minissérie também marca a estréia na TV de Theodoro Cochrane, Bukassa Kabengele, Sabrina Greve, Amanda Lee, Manuela do Monte e Mary Sheila (atriz do grupo "Nós do Morro").

A Globo vem adotando a prática de revelar novos atores em suas minisséries. Mel Lisboa e Simone Spoladore fizeram suas estréias na TV com as minisséries "Presença de Anita" e "Os Maias", respectivamente.

As sete mulheres do título são interpretadas por Bete Mendes (Ana Joaquina), Nívea Maria (Maria), Eliane Giardini (Caetana), Daniela Escobar (Perpétua), Mariana Ximenes (Rosário), Samara Felippo (Mariana) e Camila Morgado (Manuela).

Também integram o elenco Thiago Lacerda (Garibaldi), Giovana Antonelli (Anita Garibaldi), Luís Melo (Bento Manuel), José de Abreu (Onofre Pires), Tarcísio Filho (General Neto), Zé Carlos Machado (Anselmo), Angelo Antonio (Tito Lívio Zambeccari), Zé Victor Castiel (Chico Mascate), Marcos Barreto (Paulo), Tonico Pereira (Padre Roberto), Thiago Fragoso (Estêvão), Dado Dolabella (Bentinho), Bruno Gagliasso (Caetano), Murilo Rosa (Corte Real), Rodrigo Faro (Joaquim), Dalton Vigh (Luigi Rossetti), Marcello Novaes (Inácio), Ney Latorraca (Araújo Ribeiro) e Antonio Pompeo (João Congo), entre outros.

Locação

As gravações da minissérie foram feitas em quatro cidades do Rio Grande do Sul: Cambará do Sul, São José dos Ausentes, Pelotas e Uruguaiana.

Cerca de dois meses antes do começo das gravações, o elenco iniciou um trabalho de preparação, realizado em um haras na zona oeste do Rio, que incluiu aulas de montaria e noções sobre costumes gaúchos. Os atores também tiveram aulas de esgrima e aprenderam a atirar com garruchas.

Segundo a equipe de produção, 2.500 pessoas participaram das gravações da minissérie no Sul do país.

Maria Adelaide e Walter Negrão já adaptaram outras obras para minisséries da Globo. Negrão fez o texto de "A Madona de Cedro" (original de Antonio Callado) e, juntamente com Geraldo Carneiro, "O Sorriso do Lagarto" (de João Ubaldo Ribeiro), exibidos, respectivamente, em 1994 e 1991. Maria Adelaide adaptou "A Muralha" (de Dinah Silveira de Queiroz) e "Os Maias" (de Eça de Queiroz), levadas ao ar em 2000 e 2001.

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