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25/01/2003
-
15h52
enviado especial a Tiradentes (MG)
Homenageado da 6ª Mostra de Cinema de Tiradentes (MG), que vai até 1º de fevereiro, o cineasta Eduardo Coutinho deu detalhes, em entrevista coletiva, do seu próximo projeto.
A partir de filmes sobre a greve dos metalúrgicos em 1979 no ABC paulista, Coutinho localizou alguns dos participantes do movimento operário e filmou em 30 dias, entre o primeiro e segundo turno das eleições do ano passado, como estão suas vidas hoje.
O período coincidiu com as filmagens do documentário de João Salles sobre a campanha de Lula. Os dois filmes devem ser lançados juntos.
"Eu mostro 35 pessoas que participaram das greves, no ABC e em uma cidade do Ceará", revelou o cineasta.
Seguindo a mesma linha que adotou em "Santo Forte" e "Edifício Master", Coutinho não se preocupa em retratar o período histórico, mas "um monte de gente
falando de vida, da mulher, cantando."
'Ao mesmo tempo, tenho que equilibrar com o eixo do filme, que é a greve de 79, mostrando pessoas falando sobre horas extras, mas de uma maneira pessoal, não a opinião política sobre tema', explicou.
O filme vai começar com pessoas reconhecendo outras em filmes do período, como "ABC da Greve", de Leon Hirsman, e "Greve!", de João Batista de Andrade.
Coutinho vai começar a montar o filme no mês que vem. Sobre o documentário de Salles, ele disse que, depois de editadas as 300 horas filmadas, o diretor terá de mostrar as imagens para Lula para aprovação.
Documentários em alta
Coutinho disse que a performance de documentários como o seu "Edifício Master" e "Ônibus 174" (de José Padilha), no ano passado, com mais de 60 mil espectadores cada, mostra uma fase "extraordinária" desse tipo de filme no Brasil.
"Acho que o brasileiro está com a auto-estima mais elevada, com a vitória do Lula, por exemplo, por isso não se sente mal de ver documentários nacionais. Antes havia desgosto em ver documentários pela vergonha de
ser brasileiro", opinou.
O segredo para arrancar depoimentos íntimos e, às vezes, constrangedores dos seus entrevistados, como em "Edifício Master", é não julgar ou condenar as ações dos personagens, disse Coutinho na entrevista.
"É complicado porque é uma experiência biográfica, tenho que me colocar entre parênteses, não posso deixar que o outro saiba o que eu quero", afirmou.
Convidados
Além dos homenageados Eduardo Coutinho e Gianfrancesco Guarnieri, estão em Tiradentes o ator Lázaro Ramos e os diretores Zelito Viana, Helvécio Ratto e Eryck Rocha. Outros convidados, como as atrizes Debora Falabella e Dira Paes, devem chegar até o final da Mostra.
O jornalista Augusto Pinheiro viajou a convite da organização da Mostra de Cinema de Tiradentes
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Guarnieri e Coutinho são homenageados na Mostra de Tiradentes
Novo filme de Coutinho vai mostrar grevistas do ABC
AUGUSTO PINHEIROenviado especial a Tiradentes (MG)
Homenageado da 6ª Mostra de Cinema de Tiradentes (MG), que vai até 1º de fevereiro, o cineasta Eduardo Coutinho deu detalhes, em entrevista coletiva, do seu próximo projeto.
A partir de filmes sobre a greve dos metalúrgicos em 1979 no ABC paulista, Coutinho localizou alguns dos participantes do movimento operário e filmou em 30 dias, entre o primeiro e segundo turno das eleições do ano passado, como estão suas vidas hoje.
O período coincidiu com as filmagens do documentário de João Salles sobre a campanha de Lula. Os dois filmes devem ser lançados juntos.
"Eu mostro 35 pessoas que participaram das greves, no ABC e em uma cidade do Ceará", revelou o cineasta.
Seguindo a mesma linha que adotou em "Santo Forte" e "Edifício Master", Coutinho não se preocupa em retratar o período histórico, mas "um monte de gente
falando de vida, da mulher, cantando."
'Ao mesmo tempo, tenho que equilibrar com o eixo do filme, que é a greve de 79, mostrando pessoas falando sobre horas extras, mas de uma maneira pessoal, não a opinião política sobre tema', explicou.
O filme vai começar com pessoas reconhecendo outras em filmes do período, como "ABC da Greve", de Leon Hirsman, e "Greve!", de João Batista de Andrade.
Coutinho vai começar a montar o filme no mês que vem. Sobre o documentário de Salles, ele disse que, depois de editadas as 300 horas filmadas, o diretor terá de mostrar as imagens para Lula para aprovação.
Documentários em alta
Coutinho disse que a performance de documentários como o seu "Edifício Master" e "Ônibus 174" (de José Padilha), no ano passado, com mais de 60 mil espectadores cada, mostra uma fase "extraordinária" desse tipo de filme no Brasil.
"Acho que o brasileiro está com a auto-estima mais elevada, com a vitória do Lula, por exemplo, por isso não se sente mal de ver documentários nacionais. Antes havia desgosto em ver documentários pela vergonha de
ser brasileiro", opinou.
O segredo para arrancar depoimentos íntimos e, às vezes, constrangedores dos seus entrevistados, como em "Edifício Master", é não julgar ou condenar as ações dos personagens, disse Coutinho na entrevista.
"É complicado porque é uma experiência biográfica, tenho que me colocar entre parênteses, não posso deixar que o outro saiba o que eu quero", afirmou.
Convidados
Além dos homenageados Eduardo Coutinho e Gianfrancesco Guarnieri, estão em Tiradentes o ator Lázaro Ramos e os diretores Zelito Viana, Helvécio Ratto e Eryck Rocha. Outros convidados, como as atrizes Debora Falabella e Dira Paes, devem chegar até o final da Mostra.
O jornalista Augusto Pinheiro viajou a convite da organização da Mostra de Cinema de Tiradentes
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