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Declaração da PM motivou ação contra Live Earth no Rio, diz promotora
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CLARICE SPITZ
da Folha Online
A promotora Denise Tarin, da 3ª Promotoria do Meio Ambiente, afirmou que a falta de garantia de segurança e os transtornos causados aos moradores de Copacabana foram os principais motivos para o Ministério Público Estadual pedir a suspensão do Live Earth neste sábado (7) na praia de Copacabana, no Rio.
A juíza Maria Paula Gouvea Galhardo, da 4º Vara de Fazenda Pública, determinou na terça-feira (3), por meio de liminar, a suspensão do show. O evento pretende reunir diversos artistas em oito cidades do mundo em prol da luta contra as mudanças climáticas, numa iniciativa do ex-vice-presidente norte-americano Al Gore e de Kevin Wail, o mesmo produtor executivo da série de shows Live 8, promovida em solidariedade a países da África.
"Tal como aconteceu no show dos Rolling Stones, em um evento com previsão de público de 700 mil pessoas não existe sistema que garanta a segurança de ninguém", afirmou Denise.
Segundo a promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro, a gota d'água para entrar com a ação civil pública foi a declaração do coronel da Polícia Militar Samuel Dias Dionísio. Ele afirmou que não havia efetivo suficiente, porque os policiais já estavam designados para atuar nos Jogos Pan-Americanos, que começam no dia 13 de julho.
Segundo Tarin, seria necessário uma via livre para circulação de ambulâncias e carros de polícia, além da retirada de ambulantes. A promotora disse ter sido procurada pela associação de moradores de Copacabana, que já vinha apresentando sucessivas queixas contra os shows realizados na praia desde a apresentação do cantor Lenny Kravitz.
"Mesmo o show dos Rolling Stones, apesar da antecedência e do planejamento, beirou o caos", afirmou o promotor Eduardo Santos de Carvalho, também do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Tarin disse que, apesar de o show ser organizado por Al Gore, o evento vai trazer danos ao ambiente. Ela afirmou ainda que, caso a liminar caia, vai pedir a contagem de emissão de gás carbônico durante o evento.
Resistência doméstica
Denise disse ter enfrentado a ira de seus filhos ao pedir o cancelamento do show. A promotora tem três filhos, dois deles adolescentes.
Ela afirmou que eles e seus amigos não se conformam com o cancelamento porque querem ir ao show. "Eles queriam cortar a minha cabeça, mas chegou o momento de fazer uma reflexão. É uma questão ética, uma questão de valores", concluiu a promotora.
Programação
Caso o evento seja liberado, a abertura ficará por conta da apresentadora Xuxa. As próximas atrações serão a banda Jota Quest, seguida de Marcelo D2, que dividirá o palco com a cantora Alcione, e MV Bill.
Na seqüência, a primeira atração internacional do show: o cantor e produtor norte-americano Pharell Williams. Vanessa da Mata e O Rappa antecedem a diva norte-americana Macy Gray. Jorge Ben sobe ao palco logo em seguida e o cantor Lenny Kravitz encerra a noite.
O público presente na praia de Copacabana também poderá conferir ao vivo pelos telões parte dos shows que estarão acontecendo nas demais cidades do mundo, como Linkin Park e Rihanna, em Tóquio, Crowded House, em Sidney, e Black Eyed Peas, Madonna e Beastie Boys, em Londres, dentre outros. Nova York, Johannesburgo e Xangai também participam do evento.
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