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23/03/2003
-
16h13
crítico da Folha
Será bom para o cinema se Martin Scorsese ganhar. O Oscar tem uma dívida com ele, que já poderia ter levado sua estatueta há mais de 20 anos, com "Taxi Driver", ou com "Touro Indomável", em tempo de mostrá-lo aos pais. O Oscar é como um brilhante boletim de escola, coisa para mostrar aos pais.
Mas seria bom para o cinema também. Martin representa hoje o mais profundo elo entre a melhor tradição do filme americano (que ele conhece de baixo pra cima) e a atualidade.
É com isso que se joga em "Gangues de Nova York", que ora parece um faroeste feito no Leste, ora se dedica a um duelo de interesse variável (graças, provavelmente, aos cortes a que o foi submetido), mas ostenta sempre uma ambição desmedida e grandeza à altura da ambição.
"Gangues de Nova York" convoca a história sem perder o sentido do espetáculo. Nem o do presente. De maneira que, embora também invulgar, as dimensões do trabalho de Pedro Almodóvar perto dele parecem quase acanhadas.
E que dizer do Polanski de "O Pianista"? A primeira metade do filme é dedicada à exposição torpe (ou seja, sem imaginação) de atrocidades e nada mais. Dar o prêmio a Stephen Daldry, que filma a parte de Virginia Woolf com respeito acadêmico (e reduz sua dor ao mero pernóstico do gênero "artistas são gente esquisita") e trata a parte de Julianne Moore como telefilme? Não dá.
Resta Rob Marshall, de "Chicago", com trabalho honesto e não sem talento, mas que estampa a adaptação teatral quase a cada cena. Nesse grupo, Scorsese se destaca, de longe.
Especial
Fique por dentro da 75ª edição do Oscar
Vitória de Scorsese celebrará elo entre tradição e atualidade
INÁCIO ARAUJOcrítico da Folha
Será bom para o cinema se Martin Scorsese ganhar. O Oscar tem uma dívida com ele, que já poderia ter levado sua estatueta há mais de 20 anos, com "Taxi Driver", ou com "Touro Indomável", em tempo de mostrá-lo aos pais. O Oscar é como um brilhante boletim de escola, coisa para mostrar aos pais.
Mas seria bom para o cinema também. Martin representa hoje o mais profundo elo entre a melhor tradição do filme americano (que ele conhece de baixo pra cima) e a atualidade.
É com isso que se joga em "Gangues de Nova York", que ora parece um faroeste feito no Leste, ora se dedica a um duelo de interesse variável (graças, provavelmente, aos cortes a que o foi submetido), mas ostenta sempre uma ambição desmedida e grandeza à altura da ambição.
"Gangues de Nova York" convoca a história sem perder o sentido do espetáculo. Nem o do presente. De maneira que, embora também invulgar, as dimensões do trabalho de Pedro Almodóvar perto dele parecem quase acanhadas.
E que dizer do Polanski de "O Pianista"? A primeira metade do filme é dedicada à exposição torpe (ou seja, sem imaginação) de atrocidades e nada mais. Dar o prêmio a Stephen Daldry, que filma a parte de Virginia Woolf com respeito acadêmico (e reduz sua dor ao mero pernóstico do gênero "artistas são gente esquisita") e trata a parte de Julianne Moore como telefilme? Não dá.
Resta Rob Marshall, de "Chicago", com trabalho honesto e não sem talento, mas que estampa a adaptação teatral quase a cada cena. Nesse grupo, Scorsese se destaca, de longe.
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