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Suspense "Paranóia" tenta copiar clássico de Hitchcock
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RICARDO CALIL
do Guia da Folha
Em "Paranóia", o adolescente Kale (Shia LeBeouf) é condenado a três meses de prisão domiciliar por agredir um professor e obrigado a usar um aparelho preso a seu tornozelo que avisa a polícia se ele se afasta de casa.
Para driblar o tédio, ele observa os vizinhos. Primeiro, espia uma garota (Sarah Roemer). Em seguida, desconfia que outro vizinho (David Morse) é um "serial killer".
A sinopse não deixa dúvidas: "Janela Indiscreta" (1954) é a referência de "Paranóia". O filme, dirigido por D.J. Caruso ("Tudo por Dinheiro"), tem a mesma premissa do clássico de Alfred Hitchcock -- um protagonista com problemas de mobilidade (no original, uma perna quebrada; na cópia, uma "coleira eletrônica") que se entrega ao voyeurismo e descobre acidentalmente um possível criminoso.
Seria uma covardia fazer uma comparação entre uma obra-prima do suspense e um filme B eficiente, porém limitado. Mas não dá para evitar a idéia de que "Paranóia" é um sintoma das mudanças de Hollywood nas últimas décadas, uma prova de que o cinema americano tornou-se mais juvenil, suburbano e tecnológico. E, sem sombra de dúvida, menos original.
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