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07/05/2003
-
07h18
da Folha de S.Paulo
A sanha internacionalista da música brasileira atinge seu momento mais, digamos, incrível. Depois da enxurrada bossa nova sessentista, do balaco dançante da lambada nos oitenta e da ginga eletrônica destes tempos, o país prepara-se para exportar tecnologia de showbiz.
É a melhor forma de entender a realização, em Portugal, de um evento chamado Rock in Rio. Sim, depois de dois anos de especulações, uma nova edição do Rock in Rio está confirmada --mas em Lisboa. Roberto Medina, criador do festival, refuta parentescos com certas piadas. "Rock in Rio é uma marca, um 'brand'. É coerente e corretíssimo que o nome seja mantido."
Para Medina, a principal deficiência das edições brasileiras pode ser sanada agora: "A cobertura de TV ainda não chegou aonde poderia", diz. Em favor disso, ele volta a Portugal em duas semanas para assinar contrato com a Sic, rede televisiva portuguesa com quatro canais por assinatura e um na TV aberta. A Sic será responsável pela geração de imagens para os 700 milhões de espectadores almejados por Medina no mundo. O orçamento está calculado entre € 25 e 30 mi --de R$ 80 mi a R$ 100 mi, compatível com o da terceira versão brasileira.
Mas e a música? Ah, claro! Bem, o formato do festival é decalcado do que foi visto na Cidade do Rock de Jacarepaguá. O espaço é equivalente ao da terceira edição --cerca de 220 mil m2. Receberá cinco tendas, como aqui.
A curadoria privilegiará artistas de grande apelo. "Faremos pesquisas para levantar os que estão tocando mais e os que vendem mais." De atrações Medina não fala. Encurralado, menciona o desejo de ter uma Daniela Mercury aqui, um Santana acolá, um Pearl Jam mais adiante.
Serão 70 atrações esparramadas por cinco noites, a partir de 29 de maio de 2004. A data não foi escolhida a esmo. Antecede em uma semana a abertura da Eurocopa. "A música ainda é muito pouco explorada como indutora de turismo", diz Medina, evocando o impacto de R$ 400 milhões sobre a economia carioca gerado pelo terceiro Rock in Rio, segundo ele.
A continuação da saga brasileira do Rock in Rio não está descartada. Mas ainda não é viável. Medina estuda a realização de uma versão dedicada apenas a bandas nacionais, para o segundo semestre deste ano ou em 2004. "Levar um artista a um festival em Portugal custa a metade do que seria no Brasil, porque é só mais uma esticadinha na turnê européia", diz.
O patamar de preços de ingressos sopra a favor. "Enquanto no Brasil o patrocínio tem que cobrir pelo menos 60% do orçamento, na Europa a bilheteria banca até 80% dos custos", afirma.
Medina espera reunir 100 mil pessoas por noite no Rock in Rio - Lisboa. O marketing social adotado no Rock in Rio 3 será potencializado. 5% da arrecadação será revertido à "adoção" de algo entre 300 e 1.000 crianças pelo mundo. Na versão brasileira, o projeto deve ser conectado ao Fome Zero.
Medina confirma Rock in Rio - Lisboa em 2004
ISRAEL DO VALEda Folha de S.Paulo
A sanha internacionalista da música brasileira atinge seu momento mais, digamos, incrível. Depois da enxurrada bossa nova sessentista, do balaco dançante da lambada nos oitenta e da ginga eletrônica destes tempos, o país prepara-se para exportar tecnologia de showbiz.
É a melhor forma de entender a realização, em Portugal, de um evento chamado Rock in Rio. Sim, depois de dois anos de especulações, uma nova edição do Rock in Rio está confirmada --mas em Lisboa. Roberto Medina, criador do festival, refuta parentescos com certas piadas. "Rock in Rio é uma marca, um 'brand'. É coerente e corretíssimo que o nome seja mantido."
Para Medina, a principal deficiência das edições brasileiras pode ser sanada agora: "A cobertura de TV ainda não chegou aonde poderia", diz. Em favor disso, ele volta a Portugal em duas semanas para assinar contrato com a Sic, rede televisiva portuguesa com quatro canais por assinatura e um na TV aberta. A Sic será responsável pela geração de imagens para os 700 milhões de espectadores almejados por Medina no mundo. O orçamento está calculado entre € 25 e 30 mi --de R$ 80 mi a R$ 100 mi, compatível com o da terceira versão brasileira.
Mas e a música? Ah, claro! Bem, o formato do festival é decalcado do que foi visto na Cidade do Rock de Jacarepaguá. O espaço é equivalente ao da terceira edição --cerca de 220 mil m2. Receberá cinco tendas, como aqui.
A curadoria privilegiará artistas de grande apelo. "Faremos pesquisas para levantar os que estão tocando mais e os que vendem mais." De atrações Medina não fala. Encurralado, menciona o desejo de ter uma Daniela Mercury aqui, um Santana acolá, um Pearl Jam mais adiante.
Serão 70 atrações esparramadas por cinco noites, a partir de 29 de maio de 2004. A data não foi escolhida a esmo. Antecede em uma semana a abertura da Eurocopa. "A música ainda é muito pouco explorada como indutora de turismo", diz Medina, evocando o impacto de R$ 400 milhões sobre a economia carioca gerado pelo terceiro Rock in Rio, segundo ele.
A continuação da saga brasileira do Rock in Rio não está descartada. Mas ainda não é viável. Medina estuda a realização de uma versão dedicada apenas a bandas nacionais, para o segundo semestre deste ano ou em 2004. "Levar um artista a um festival em Portugal custa a metade do que seria no Brasil, porque é só mais uma esticadinha na turnê européia", diz.
O patamar de preços de ingressos sopra a favor. "Enquanto no Brasil o patrocínio tem que cobrir pelo menos 60% do orçamento, na Europa a bilheteria banca até 80% dos custos", afirma.
Medina espera reunir 100 mil pessoas por noite no Rock in Rio - Lisboa. O marketing social adotado no Rock in Rio 3 será potencializado. 5% da arrecadação será revertido à "adoção" de algo entre 300 e 1.000 crianças pelo mundo. Na versão brasileira, o projeto deve ser conectado ao Fome Zero.
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