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13/05/2003
-
13h24
De 20 a 25 de maio, o Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo (CCBB-SP) apresenta um ciclo com sete filmes brasileiros que sofreram problemas com a censura federal. Denominado "O Cinema Brasileiro Encarcerado: A Censura no Regime Militar", o ciclo tem curadoria de Francisco Cesar Filho e de Reinaldo Cardenuto Filho.
Trata-se de um resgate de obras que sofreram interdições políticas no período da ditadura militar. "É uma oportunidade para o público refletir sobre as ações sofridas pelos movimentos artísticos da época", diz Walter Vasconcelos, diretor do CCBB-SP.
Um dos destaques é o filme "Iracema, Uma Transa Amazônica", dirigido por Jorge Bodanzky em 1975 e protoganizado por Paulo César Pereio. O longa-metragem é uma mescla de ficção e documentário e, apesar da intensa repercussão internacional que mereceu, ficou interditado pela censura brasileira por cinco anos.
Ao contar a história da índia Iracema, Jorge Bodanzky exibiu a violência que atingia o campo e as queimadas da Amazônia. Finalizado na Alemanha, a censura encontrou uma desculpa para a não liberação, considerando o filme estrangeiro. Somente em 1980, quando o longa foi convidado para o Festival de Brasília, houve a liberação e a conseqüente distribuição nos cinemas.
Na programação está outro filme que ficou proibido aos brasileiros por longo período: "O País de São Saruê", produzido em 1971 e só lançado em 1979. Trata-se de um documentário de longa metragem dirigido por Vladimir Carvalho e apoiado em entrevistas com sertanejos, líderes políticos, e empresários, rodado nos sertões da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará.
Numa época em que o regime militar utilizava os meios de comunicação para louvar suas conquistas e divulgar a falsa imagem de um Brasil perfeito, "O País de São Saruê" apresentava uma visão nada colorida da realidade. Ao perceber que o documentário centrava-se no sertão e nos problemas de ocupação de terra, os censores o interditaram, alegando que "feria a dignidade e os interesses nacionais".
Outros presentes na mostra são "Nenê Bandalho" (de Emílio Fontana, 1970), "O Despertar da Besta" (José Mojica Marins, 1969), "Meteorango Kid, o Herói Intergalático" (André Luiz de Oliveira, 1969), "O Homem Que Virou Suco" (João Batista de Andrade, 1980) e "Macunaíma" (Joaquim Pedro de Andrade, 1969).
Serviço:
Ciclo "O Cinema Brasileiro Encarcerado: A Censura no Regime Militar"
Quando: de 20 a 25 de maio
Onde: cinema do CCBB-SP (r. Álvares Penteado 112)
Quanto: cinepasse R$ 8 e R$ 4 (estudantes), com direito a 30 dias
Informações: 0/xx/11/3113-3651
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Confira a programação da mostra de filmes no CCBB-SP
CCBB terá ciclo de filmes censurados no regime militar
da Folha OnlineDe 20 a 25 de maio, o Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo (CCBB-SP) apresenta um ciclo com sete filmes brasileiros que sofreram problemas com a censura federal. Denominado "O Cinema Brasileiro Encarcerado: A Censura no Regime Militar", o ciclo tem curadoria de Francisco Cesar Filho e de Reinaldo Cardenuto Filho.
Trata-se de um resgate de obras que sofreram interdições políticas no período da ditadura militar. "É uma oportunidade para o público refletir sobre as ações sofridas pelos movimentos artísticos da época", diz Walter Vasconcelos, diretor do CCBB-SP.
Um dos destaques é o filme "Iracema, Uma Transa Amazônica", dirigido por Jorge Bodanzky em 1975 e protoganizado por Paulo César Pereio. O longa-metragem é uma mescla de ficção e documentário e, apesar da intensa repercussão internacional que mereceu, ficou interditado pela censura brasileira por cinco anos.
Ao contar a história da índia Iracema, Jorge Bodanzky exibiu a violência que atingia o campo e as queimadas da Amazônia. Finalizado na Alemanha, a censura encontrou uma desculpa para a não liberação, considerando o filme estrangeiro. Somente em 1980, quando o longa foi convidado para o Festival de Brasília, houve a liberação e a conseqüente distribuição nos cinemas.
Na programação está outro filme que ficou proibido aos brasileiros por longo período: "O País de São Saruê", produzido em 1971 e só lançado em 1979. Trata-se de um documentário de longa metragem dirigido por Vladimir Carvalho e apoiado em entrevistas com sertanejos, líderes políticos, e empresários, rodado nos sertões da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará.
Numa época em que o regime militar utilizava os meios de comunicação para louvar suas conquistas e divulgar a falsa imagem de um Brasil perfeito, "O País de São Saruê" apresentava uma visão nada colorida da realidade. Ao perceber que o documentário centrava-se no sertão e nos problemas de ocupação de terra, os censores o interditaram, alegando que "feria a dignidade e os interesses nacionais".
Outros presentes na mostra são "Nenê Bandalho" (de Emílio Fontana, 1970), "O Despertar da Besta" (José Mojica Marins, 1969), "Meteorango Kid, o Herói Intergalático" (André Luiz de Oliveira, 1969), "O Homem Que Virou Suco" (João Batista de Andrade, 1980) e "Macunaíma" (Joaquim Pedro de Andrade, 1969).
Serviço:
Ciclo "O Cinema Brasileiro Encarcerado: A Censura no Regime Militar"
Quando: de 20 a 25 de maio
Onde: cinema do CCBB-SP (r. Álvares Penteado 112)
Quanto: cinepasse R$ 8 e R$ 4 (estudantes), com direito a 30 dias
Informações: 0/xx/11/3113-3651
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