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14/05/2003
-
08h03
da Folha de S.Paulo
"O mundo pela paz pede paz, mas ninguém fala em acabar com o serviço militar obrigatório, as pessoas ainda acatam a guerra. Para que existe o serviço militar?" A pergunta do ator Cassio Scapin, 36, é uma das balizas da peça "Quando Comi o Cão", monólogo inédito no Brasil do russo Evguéni Grichkovets que inicia a sua temporada hoje no Teatro Folha.
Integrando o projeto Grandes Baratos do espaço ("Futilidades Públicas", "Chega de Sobremesa", "MPBar", "A Proposta"), o espetáculo dirigido por José Simões, 40, evoca, de maneira bem-humorada, as reminiscências de um homem russo, Jenia, que passou três anos de sua vida obrigado a servir na Marinha, além de sua posterior dispensa.
"Existe a abordagem infantil de uma personalidade que se depara com a coisa da obrigação em diferentes épocas. Tanto o serviço militar quanto a escola foram impostos a Jenia", diz Scapin.
Simões descobriu o texto em Paris, em novembro do ano passado, em uma mostra de teatro russo. Comprou então os direitos da peça e travou contato com o seu criador, que, além de escrever, também dirige e atua com a sua companhia, a Loge.
"Há muito tempo queria um texto que falasse da memória, mas que não fosse blasé. Que tratasse de uma busca do tempo perdido, de um tempo que traz desconforto quando se retorna a ele, pois não se é mais o mesmo."
O encenador afirma que pouco alterou na estrutura da obra, vista, pela primeira vez, com interpretação do próprio Grichkovets, com tradução simultânea, para o francês. "O texto é marcadamente russo, com muitos dados sobre o universo daquele país. Cortamos algumas coisas. O autor permite. Mas não fizemos adequação, não mudamos ambientação."
Com cenografia composta por camadas de tule --tecido transparente-- em que são projetadas imagens, a montagem de "Quando Comi o Cão" conta com trilha sonora formada por canções russas de diferentes estilos.
"Há pouquíssimas interferências, esse é um espetáculo de ator. E, como falamos de memória, todo o processo é construído a partir do imaginário do receptor, como se o público lesse, escutasse e participasse desse movimento cênico", diz o diretor.
QUANDO COMI O CÃO
Texto: Evguéni Grichkovets
Direção: José Simões
Com: Cassio Scapin
Onde: Teatro Folha (shopping Pátio Higienópolis, av. Higienópolis, 618, piso 2, Higienópolis, tel. 3823-2323)
Quando: estréia hoje, às 21h; qua. e qui., às 21h; até 19/6. 60 min. Quanto: R$ 14
Cassio Scapin encara serviço militar e memória
PEDRO IVO DUBRAda Folha de S.Paulo
"O mundo pela paz pede paz, mas ninguém fala em acabar com o serviço militar obrigatório, as pessoas ainda acatam a guerra. Para que existe o serviço militar?" A pergunta do ator Cassio Scapin, 36, é uma das balizas da peça "Quando Comi o Cão", monólogo inédito no Brasil do russo Evguéni Grichkovets que inicia a sua temporada hoje no Teatro Folha.
Integrando o projeto Grandes Baratos do espaço ("Futilidades Públicas", "Chega de Sobremesa", "MPBar", "A Proposta"), o espetáculo dirigido por José Simões, 40, evoca, de maneira bem-humorada, as reminiscências de um homem russo, Jenia, que passou três anos de sua vida obrigado a servir na Marinha, além de sua posterior dispensa.
"Existe a abordagem infantil de uma personalidade que se depara com a coisa da obrigação em diferentes épocas. Tanto o serviço militar quanto a escola foram impostos a Jenia", diz Scapin.
Simões descobriu o texto em Paris, em novembro do ano passado, em uma mostra de teatro russo. Comprou então os direitos da peça e travou contato com o seu criador, que, além de escrever, também dirige e atua com a sua companhia, a Loge.
"Há muito tempo queria um texto que falasse da memória, mas que não fosse blasé. Que tratasse de uma busca do tempo perdido, de um tempo que traz desconforto quando se retorna a ele, pois não se é mais o mesmo."
O encenador afirma que pouco alterou na estrutura da obra, vista, pela primeira vez, com interpretação do próprio Grichkovets, com tradução simultânea, para o francês. "O texto é marcadamente russo, com muitos dados sobre o universo daquele país. Cortamos algumas coisas. O autor permite. Mas não fizemos adequação, não mudamos ambientação."
Com cenografia composta por camadas de tule --tecido transparente-- em que são projetadas imagens, a montagem de "Quando Comi o Cão" conta com trilha sonora formada por canções russas de diferentes estilos.
"Há pouquíssimas interferências, esse é um espetáculo de ator. E, como falamos de memória, todo o processo é construído a partir do imaginário do receptor, como se o público lesse, escutasse e participasse desse movimento cênico", diz o diretor.
QUANDO COMI O CÃO
Texto: Evguéni Grichkovets
Direção: José Simões
Com: Cassio Scapin
Onde: Teatro Folha (shopping Pátio Higienópolis, av. Higienópolis, 618, piso 2, Higienópolis, tel. 3823-2323)
Quando: estréia hoje, às 21h; qua. e qui., às 21h; até 19/6. 60 min. Quanto: R$ 14
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