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19/05/2003
-
07h01
Piratas à parte, o que Orlan Divo quer mesmo é desengavetar as inúmeras inéditas que acumulou nos últimos anos de dobradinha com Roberto Jorge --um dos diretores musicais do programa de Silvio Santos e seu parceiro mais regular, morto há três anos.
O repertório traz uma novidade em sua carreira: sua primeira música de teor político. "Chego a me arrepender de não ter sido preso pela ditadura", ironiza. "Todos os exilados estão por aí ainda."
Em tom mais incisivo que o de bossas ingênuas como "Bolinha de Sabão" (um de seus grandes sucessos, gravado pela primeira vez em 1962 por Sonia Delfino), "Chorim da Vovó" faz um retrospecto do país desde a era Collor, culminando com o governo Lula. "E aquele barbudinho de mansinho/ Foi trazendo o seu boné/ Pois é/ (...) Estamos em sinuca/ Pega o taco, toca a bola no buraco", diz a letra.
Colega de Martinho da Vila no curso de cabo e sargento em Niterói, Divo começou a compor em companhia de outro companheiro de caserna: Paulo Silvino. O círculo de amizades do filho do radialista e compositor Silvino Neto abriu-lhe horizontes e o conduziu também para a via satírica.
Duas de suas músicas mais conhecidas têm parentesco humorístico. "Coco do Macaco", de base algo caribenha, ficou conhecida na voz de Silvino, gravada para o programa global "Planeta dos Homens"; a outra, de DNA igualmente televisivo, é a paródia tropicalista "Vô Batê Patu Patu Batê Patua Patota", por Arnaud Rodrigues com Baianos e os Novos Caetanos, de Chico Anysio.
Além de Jorge Ben, Divo teve músicas suas gravadas por João Donato, Elza Soares, Cauby Peixoto, Angela Maria, Wilson Simonal, Trio Esperança, Golden Boys.
Matéria-prima frequente dos bailes de samba-rock, estes três últimos têm grande responsabilidade pela evidência que volta a ter, mas talvez tenham sido outros dois seus grandes cúmplices através dos tempos. Co-produtor da coletânea "Nova Geração no Ritmo do Samba", Durval Ferreira (autor de "Estamos Aí", gravada por Leny Andrade) é parceiro constante. Está para Divo como compositor como Ed Lincoln está para o Divo crooner.
Inéditas de Orlan Divo rendem dois ou três discos
da Folha de S.PauloPiratas à parte, o que Orlan Divo quer mesmo é desengavetar as inúmeras inéditas que acumulou nos últimos anos de dobradinha com Roberto Jorge --um dos diretores musicais do programa de Silvio Santos e seu parceiro mais regular, morto há três anos.
O repertório traz uma novidade em sua carreira: sua primeira música de teor político. "Chego a me arrepender de não ter sido preso pela ditadura", ironiza. "Todos os exilados estão por aí ainda."
Em tom mais incisivo que o de bossas ingênuas como "Bolinha de Sabão" (um de seus grandes sucessos, gravado pela primeira vez em 1962 por Sonia Delfino), "Chorim da Vovó" faz um retrospecto do país desde a era Collor, culminando com o governo Lula. "E aquele barbudinho de mansinho/ Foi trazendo o seu boné/ Pois é/ (...) Estamos em sinuca/ Pega o taco, toca a bola no buraco", diz a letra.
Colega de Martinho da Vila no curso de cabo e sargento em Niterói, Divo começou a compor em companhia de outro companheiro de caserna: Paulo Silvino. O círculo de amizades do filho do radialista e compositor Silvino Neto abriu-lhe horizontes e o conduziu também para a via satírica.
Duas de suas músicas mais conhecidas têm parentesco humorístico. "Coco do Macaco", de base algo caribenha, ficou conhecida na voz de Silvino, gravada para o programa global "Planeta dos Homens"; a outra, de DNA igualmente televisivo, é a paródia tropicalista "Vô Batê Patu Patu Batê Patua Patota", por Arnaud Rodrigues com Baianos e os Novos Caetanos, de Chico Anysio.
Além de Jorge Ben, Divo teve músicas suas gravadas por João Donato, Elza Soares, Cauby Peixoto, Angela Maria, Wilson Simonal, Trio Esperança, Golden Boys.
Matéria-prima frequente dos bailes de samba-rock, estes três últimos têm grande responsabilidade pela evidência que volta a ter, mas talvez tenham sido outros dois seus grandes cúmplices através dos tempos. Co-produtor da coletânea "Nova Geração no Ritmo do Samba", Durval Ferreira (autor de "Estamos Aí", gravada por Leny Andrade) é parceiro constante. Está para Divo como compositor como Ed Lincoln está para o Divo crooner.
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