Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/05/2003 - 15h45

Trabalho de cartunista é solitário e artesanal, diz Maitena na Bienal

GIOVANA MOLLONA
free-lance para a Folha Online, no Rio

A cartunista argentina Maitena, que está no Brasil para lançar o livro "Mulheres Alteradas 2", segunda compilação das tiras que retratam situações tipicamente femininas em diversos jornais pelo mundo, disse que seu trabalho é solitário e artesanal.

Maitena fala sem parar e consegue arrancar gargalhadas de quem está por perto com seu jeito "espaçoso" de descrever pessoas e situações.

Não dá para não prestar atenção nos cabelos oxigenados e repicados da cartunista argentina, tampouco ficar sem ouvir o que ela fala.

Maitena conversou com o público no Café Literário da Bienal do Livro do Rio no sábado, no evento "Você Conhece Mulher Alterada?", realizado no Pavilhão Verde.

Ela veio especialmente à 11ª Bienal Internacional do Livro para divulgar seu novo livro. Desta vez, os quadrinhos estão organizados em cinco tipos de "alterações": particulares, interiores, públicas, domésticas e diversas.

Apesar de fazer o leitor rir, Maitena disse que o seu trabalho não tem nada de engraçado. "É solitário e artesanal. Passo horas trabalhando e é um tremendo sofrimento", afirmou. A cartunista, já diversas vezes comparada a Quino, seu conterrâneo criador de "Mafalda", disse que teve um início de carreira bem diferente do que está acostumada a fazer hoje.

Parece mentira, mas Maitena iniciou a carreira ilustrando livros de culinária. Depois, foi a vez de trabalhar com contos eróticos. "Meus filhos adoravam esta fase. Hoje, acham que eu escrevo para senhoras. De qualquer forma, não tem nada mais dinâmico que o humor. Nem mesmo o sexo que, sabe como é, pode ser muito repetitivo", disse.

Seu trabalho está presente em mais de 15 países, publicados em revistas e jornais como o espanhol "El País", o italiano "La Stampa", "El Mercúrio", do Chile, "El Nacional", da Venezuela, o francês "Le Figaro", entre outros.

Compiladas em livros, suas histórias já foram lançadas na Espanha, Portugal, Alemanha, Uruguai e França. Aliás, Maitena disse ter se surpreendido com as francesas. "Achava que elas eram mais evoluídas que nós. Sempre tiveram para mim aquele ar de que andariam nuas pela rua naturalmente, que jamais choraram por amor, essas coisas... Só depois de lançar o livro lá e de ter contato com elas, percebi como eram iguais a todas as mulheres."

Mãe de três filhos --o primogênito tem 23 anos e a mais nova, 3-- Maitena está no seu quarto casamento e divide-se entre o trabalho em Buenos Aires e sua casa num povoado uruguaio. Sobre ser alterada, disse: "Ser alterada faz bem à saúde, embora seja insuportável para os que estão em volta". Alguém duvida?

Especial
  • Saiba mais sobre a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página