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21/05/2003
-
04h20
da Folha de S.Paulo, em Cannes
"Carandiru", de Hector Babenco, foi o que mais desagradou à crítica no 56º Festival de Cannes, até ontem, sétimo dia da mostra, quando haviam sido apresentados dez dos 20 longas em competição pela Palma de Ouro.
O filme brasileiro teve a menor média na cotação de dez críticos internacionais da revista norte-americana "Screen", que tem edições diárias durante o festival.
O candidato brasileiro contabilizou 1.6 ponto, com quatro votos de "pobre" ("poor"), um "ruim" ("bad"), quatro regulares e um excelente, dado por Joan Ruus, jornalista da Estônia.
O concorrente mais bem avaliado no ranking da "Screen" é o dinamarquês "Dogville", de Lars von Trier, com 3.1 pontos.
"Carandiru" é também o pior classificado na crítica da imprensa especializada francesa.
Recebeu a avaliação "ruim" das revistas "Cahiers du Cinéma", "Première", "L'Express", "Positif", "Synopsis", "Télérama" e do diário "Le Monde", que ainda não publicou crítica. O jornal "Libération" escreveu que "'Carandiru' enfileira clichês e gags de novela".
Mas, se a maioria da crítica internacional desprezou "Carandiru", o filme foi defendido pela prestigiosa "Variety". A revista americana publicou que o filme evita a estagnação que poderia decorrer de sua estrutura narrativa sem ápices dramáticos "graças ao excepcional conjunto de interpretações que dá vida aos personagens como indivíduos, e não como tipos genéricos".
A "Variety" elogia ainda o trabalho do fotógrafo Walter Carvalho e diz que os prisioneiros do "Carandiru" podem ser encarados como Pixotes adultos, referindo-se a "Pixote", filme que Babenco realizou há 23 anos.
O diário "Le Figaro" também ressalta pontos positivos do filme e afirma que "Babenco tem um olhar objetivo e humanista". Segundo o jornal, "[com o filme] nós nos convencemos de que existe vida após o inferno e, inclusive, no meio dele".
A reação da imprensa em Cannes a "Carandiru" é oposta a da platéia, que o aplaudiu de pé, durante cinco minutos, na segunda.
Especial
Saiba mais sobre a 56º edição do Festival de Cannes
"Carandiru" desagrada à crítica internacional em Cannes
SILVANA ARANTESda Folha de S.Paulo, em Cannes
"Carandiru", de Hector Babenco, foi o que mais desagradou à crítica no 56º Festival de Cannes, até ontem, sétimo dia da mostra, quando haviam sido apresentados dez dos 20 longas em competição pela Palma de Ouro.
O filme brasileiro teve a menor média na cotação de dez críticos internacionais da revista norte-americana "Screen", que tem edições diárias durante o festival.
O candidato brasileiro contabilizou 1.6 ponto, com quatro votos de "pobre" ("poor"), um "ruim" ("bad"), quatro regulares e um excelente, dado por Joan Ruus, jornalista da Estônia.
O concorrente mais bem avaliado no ranking da "Screen" é o dinamarquês "Dogville", de Lars von Trier, com 3.1 pontos.
"Carandiru" é também o pior classificado na crítica da imprensa especializada francesa.
Recebeu a avaliação "ruim" das revistas "Cahiers du Cinéma", "Première", "L'Express", "Positif", "Synopsis", "Télérama" e do diário "Le Monde", que ainda não publicou crítica. O jornal "Libération" escreveu que "'Carandiru' enfileira clichês e gags de novela".
Mas, se a maioria da crítica internacional desprezou "Carandiru", o filme foi defendido pela prestigiosa "Variety". A revista americana publicou que o filme evita a estagnação que poderia decorrer de sua estrutura narrativa sem ápices dramáticos "graças ao excepcional conjunto de interpretações que dá vida aos personagens como indivíduos, e não como tipos genéricos".
A "Variety" elogia ainda o trabalho do fotógrafo Walter Carvalho e diz que os prisioneiros do "Carandiru" podem ser encarados como Pixotes adultos, referindo-se a "Pixote", filme que Babenco realizou há 23 anos.
O diário "Le Figaro" também ressalta pontos positivos do filme e afirma que "Babenco tem um olhar objetivo e humanista". Segundo o jornal, "[com o filme] nós nos convencemos de que existe vida após o inferno e, inclusive, no meio dele".
A reação da imprensa em Cannes a "Carandiru" é oposta a da platéia, que o aplaudiu de pé, durante cinco minutos, na segunda.
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