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22/05/2003
-
06h03
da Folha de S.Paulo, no Rio
Em 1943, Oswald de Andrade, então com 54 anos, e Maria Antonieta D'Alkmin, com 23, casaram e passaram a lua-de-mel no Rio de Janeiro. Passados 60 anos, é na mesma Guanabara que o romance do modernista com sua última mulher ganha uma espécie de segunda noite de núpcias.
Trata-se do livro "Maria Antonieta D'Alkmin e Oswald de Andrade: Marco Zero", que será lançado no sábado, na Bienal do Rio.
Organizado por uma das filhas do escritor, Marília de Andrade, e pelo pesquisador Ésio Macedo Ribeiro, o volume abre cortinas para aspectos da vida de Oswald de Andrade (1890-1954) que a antropofagia comeu (e ninguém viu).
"O lado nada dândi do Oswald -o sujeito caseiro que cuida dos filhos e tem dificuldades financeiras- não está nas suas biografias", afirma Ribeiro.
A maior parte dos documentos enfeixados em "Marco Zero" são, de fato, inéditos. Seu "coração" é um texto de 1961 de Maria Antonieta sobre o marido.
É de "flashes" que é feito o relato "Evocações (Oswald de Andrade em Minha Vida)", instantâneos que começam descrevendo 1933, quando a adolescente ouve pela primeira vez o nome do escritor ("ligando-o a vários casamentos, ao romance "Os Condenados" e ao comunismo") e param em 1945.
Em boa parte, ela conta o modo como se aproximou de Oswald, trabalhando como ajudante nas pesquisas do autor para "Marco Zero". "O atual livro se chama "Marco Zero" porque foi o romance de mesmo nome de Oswald, que também completa 60 anos, o "marco zero" da relação dele com Antonieta", conta Marília, 58.
A narrativa é complementada por um conjunto apetitoso de documentos e fotos. Estão no volume, entre outros, toda a correspondência trocada pelo casal, uma carta de Oswald aos filhos Marília e Paulo Marcos e uma coleção de dedicatórias que o poeta escreveu para sua mulher, em livros dele ou de outrem. Em um volume de Edgar Allan Poe, por exemplo, ele escreve "Antonieta, eu quero que você me continue".
"Ele era completamente devotado e apaixonado por ela", lembra a filha do casal.
MARCO ZERO
Organização: Marília de Andrade e Ésio Macedo Ribeiro
Editora: Edusp/Oficina do Livro
Lançamento: sábado, às 13h, no estande da Edusp na Bienal do Rio
Quanto: R$ 49
Especial
Saiba mais sobre a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro
Oswald de Andrade ganha olhar caseiro em "Marco Zero"
CASSIANO ELEK MACHADOda Folha de S.Paulo, no Rio
Em 1943, Oswald de Andrade, então com 54 anos, e Maria Antonieta D'Alkmin, com 23, casaram e passaram a lua-de-mel no Rio de Janeiro. Passados 60 anos, é na mesma Guanabara que o romance do modernista com sua última mulher ganha uma espécie de segunda noite de núpcias.
Trata-se do livro "Maria Antonieta D'Alkmin e Oswald de Andrade: Marco Zero", que será lançado no sábado, na Bienal do Rio.
Organizado por uma das filhas do escritor, Marília de Andrade, e pelo pesquisador Ésio Macedo Ribeiro, o volume abre cortinas para aspectos da vida de Oswald de Andrade (1890-1954) que a antropofagia comeu (e ninguém viu).
"O lado nada dândi do Oswald -o sujeito caseiro que cuida dos filhos e tem dificuldades financeiras- não está nas suas biografias", afirma Ribeiro.
A maior parte dos documentos enfeixados em "Marco Zero" são, de fato, inéditos. Seu "coração" é um texto de 1961 de Maria Antonieta sobre o marido.
É de "flashes" que é feito o relato "Evocações (Oswald de Andrade em Minha Vida)", instantâneos que começam descrevendo 1933, quando a adolescente ouve pela primeira vez o nome do escritor ("ligando-o a vários casamentos, ao romance "Os Condenados" e ao comunismo") e param em 1945.
Em boa parte, ela conta o modo como se aproximou de Oswald, trabalhando como ajudante nas pesquisas do autor para "Marco Zero". "O atual livro se chama "Marco Zero" porque foi o romance de mesmo nome de Oswald, que também completa 60 anos, o "marco zero" da relação dele com Antonieta", conta Marília, 58.
A narrativa é complementada por um conjunto apetitoso de documentos e fotos. Estão no volume, entre outros, toda a correspondência trocada pelo casal, uma carta de Oswald aos filhos Marília e Paulo Marcos e uma coleção de dedicatórias que o poeta escreveu para sua mulher, em livros dele ou de outrem. Em um volume de Edgar Allan Poe, por exemplo, ele escreve "Antonieta, eu quero que você me continue".
"Ele era completamente devotado e apaixonado por ela", lembra a filha do casal.
MARCO ZERO
Organização: Marília de Andrade e Ésio Macedo Ribeiro
Editora: Edusp/Oficina do Livro
Lançamento: sábado, às 13h, no estande da Edusp na Bienal do Rio
Quanto: R$ 49
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