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22/05/2003 - 21h06

Ney Matogrosso revisitará Cazuza em próximo trabalho

CADU LEITE
free-lance para a Folha Online

Agora, Ney Matogrosso, 61, é o sambista Cartola no palco. Um Cartola contido, como ele próprio diz, distante das performances que marcaram sua carreira desde a época do Secos e Molhados.

Depois da turnê em que canta os sucessos compostos pelo sambista, Ney Matogrosso revisitará Cazuza e o próprio Secos e Molhados em um futuro CD, mas antes ainda gravará um álbum com a banda Pedro Luís e a Parede, até o final do ano.

Ele faz shows em São Paulo neste fim de semana em que apresenta o repertório do CD "Ney Matogrosso Interpreta Cartola". A turnê já vem sendo realizada há mais de um ano pelo Brasil e passou por Portugal, onde lotou o Coliseu, maior teatro de Lisboa.

Segundo o cantor, Paulinho Moska fará Ney Matogrosso no filme sobre Cazuza, que está sendo produzido por Sandra Werneck.

Leia a seguir trechos da entrevista:

Folha Online - Como surgiu o projeto "Ney Matogrosso Interpreta Cartola"?

Ney Matogrosso -
O projeto surgiu da necessidade de um disco dentro de um livro de fotos ["Ney Matogrosso - Ousar Ser", de Benê Fonteles, com fotos de Luiz Fernando Borges da Fonseca] . Foi aí que veio a idéia de fazer o Cartola [1908-1980]. Tinham me pedido que pusesse um disco e eu não sabia que disco pôr. Eu já tinha gravado o Cartola antes. E aí, eu nem titubeei. Foi uma coisa que chegou e eu aceitei imediatamente. E já parti para realizar.

Folha Online - Por que o Cartola?

Ney Matogrosso -
Porque o Cartola é muito representativo dentro da música brasileira. Eu cantei o Cartola pela primeira vez em um trabalho chamado "Pescador de Pérolas" [1986], onde eu cantava Herivelto Martins e Carlos Gomes... eu cantava esses compositores tradicionais da música brasileira, que estavam já meio esquecidos. E, quando eu fiz isso, eu vi que a obra do Cartola oferecia muitas possibilidades. Então, quando recebi esse convite... que eu pensei no Cartola...eu sabia que tinha um material muito grande, que era só procurar... pela minha admiração pelo Cartola.

Folha Imagem
Ney Matogrosso faz shows em São Paulo
Folha Online - E os shows? Como têm sido?

Ney Matogrosso -
O show tem funcionado perfeitamente bem. Eu fico até surpreso porque eu não imaginava que um trabalho com o Cartola, nesse momento, pudesse ter o alcance que está tendo. E não é um alcance só no Rio e em São Paulo. Eu tenho feito o Brasil inteiro, já fui a Portugal, que não conhecia o Cartola, e vou voltar. Então é um trabalho muito bem sucedido, que as pessoas recebem muitíssimo bem.

Folha Online - Como foi em Portugal?

Ney Matogrosso -
Foi tão bom que eu tive que fazer um dia a mais... no Coliseu, que é o maior teatro de Lisboa.

Folha Online - E quando você volta a Portugal?

Ney Matogrosso -
Vou voltar em julho. Só que não é para Lisboa. Vou fazer outras cidades do interior de Portugal. Eu começo por Coimbra.

Folha Online - E, para você, como é interpretar Cartola?

Ney Matogrosso -
Para mim, é um maravilhoso exercício de intérprete. Ele oferece palavras e sensações muito interessantes para um intérprete se esbaldar.

Folha Online - Como foram os encontros com a Dona Zica [viúva de Cartola]?

Ney Matogrosso -
Eu já conhecia a Dona Zica há muitos anos. Eu não conheci o Cartola, mas conheci a Dona Zica quando eu fiz o "Pescador de Pérolas". E sempre nos cruzamos. Em muitos lugares, a gente esteve juntos.

Folha Online - Existe um projeto de fazer um show com músicas dos Secos e Molhados?

Ney Matogrosso -
Não. O que eu falei é que na hora que eu for fazer o [disco] Cazuza, eu acho que poderia abordar esse repertório dos Secos e Molhados. O segundo disco nunca foi cantado. Mas não pegar o disco inteiro. Pegar algumas canções e cantar.

Folha Online - E o projeto do álbum com inéditas do Cazuza? Como vai ser?

Ney Matogrosso -
Ainda não tenho o repertório. Eu tenho quatro músicas que gosto muito, mas acho que isso não é suficiente para fazer um disco. Porque mesmo que não seja um disco inteiro de inéditas... acho que nem deve ser... mas acho que tem que ter mais que três ou quatro [inéditas].

Folha Online - Você tem tido contato com a produção do filme sobre o Cazuza?

Ney Matogrosso -
Não. Eu li o roteiro que a Sandra Werneck [diretora] me mandou. Mas não tenho contato constante. Sei que já tem quem me faça. Porque esse era o problema que ela estava encontrando. Parece que vai ser o Paulinho Moska.

Folha Online - O que você achou da escolha?

Ney Matogrosso -
Achei boa. O Paulinho é ator também.

Folha Online - Você deu alguma entrevista sobre a época em que conviveu com o Cazuza?

Ney Matogrosso -
Eu dei uma para ela [Sandra Werneck] antes de ela escrever o roteiro.

NEY MATOGROSSO INTERPRETA CARTOLA
Quando:
dias 23 e 24/5, às 22h
Onde: Tom Brasil - Nações Unidas (r. Bragança Paulista, 1281, entre as pontes João Dias e Morumbi, Chácara Santo Antônio, região sul)
Quanto: De R$ 30 a R$ 70
Informações: 0/xx/11/5644-9800

Leia mais
  • Ney Matogrosso também vai gravar CD com Pedro Luís e a Parede
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