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26/05/2003
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11h00
"Decepção", "consternação", "erro": a imprensa francesa lamentou de forma unânime esta segunda-feira a distribuição de prêmios e a baixa qualidade geral da seleção do Festival de Cannes, que terminou este domingo coroando "Elephant", do americano Gus Van Sant, com a Palma de Ouro e o Prêmio de Melhor Direção.
O jornal "Le Figaro" indica a "qualidade discutível" de alguns filmes selecionados e questiona o fato de um mesmo filme ter recebido dois prêmios, violando o regulamento do Festival, que só permite dar duas Palmas a uma obra se uma delas for de interpretação. Segundo a publicação, "Elephant" é "uma obra certamente forte, mas que não merece tal redundância".
O jornal lamenta a ausência de prêmios para "Dogville", de Lars von Trier, para "Mystic River", de Clint Eastwood, e "Pai e filho", de Alexander Sokurov.
"Elephant arrasa nos prêmios" é a manchete do jornal "France Soir". "Consternação, indignação, resignação. A escolha de 'Elephant' não vai solucionar a falta de compreensão que existe hoje entre o Festival de Cannes, paraíso dos autores incompreendidos e outros gênios malditos, e o público", escreve o crítico do jornal.
A falta de prêmios para "Dogville", o "filme mais importante desta seleção, é um escândalo", acrescenta.
O crítico de um grande jornal regional afirma que o júri se equivocou em suas escolhas e os prêmios decepcionaram. "Cannes volta a cair em seus erros passados: prêmios para filmes mais intimistas, evidentes erros de 'casting' nos prêmios de interpretação, prêmios duplos inúteis, esquecimentos indefensáveis", afirma ele, lamentando a ausência de um filme francês entre os premiados.
Por sua parte, o jornal "Libération", praticamente o único a considerar acertada a premiação do filme de Van Sant, indica que "Cannes 2003 não teve uma boa colheita".
Comentando os rumores de discordância em relação à seleção de filmes entre o presidente do Festival e seu delegado-geral, respectivamente Gilles Jacob e Thierry Frémaux, e dos atritos diplomáticos com o cinema americano, Libération estima que "este ano algo não deu certo" em Cannes.
O jornal considera ainda que, no final das contas, todos estes problemas beneficiaram o Festival de Veneza que, "aproveitando o vazio constatado em Cannes, pôde anunciar um atraente cardápio: Altman, Kustirica, Rivette, Bertolucci, Wong Karwai, Breillat, Angelopoulos e, inclusive, Bergman".
Finalmente, a influente revista americana "Variety" considerou que a opção de premiar um número tão limitado de filmes confirma a falta de qualidade constatada este ano em Cannes. Para ela, a dúvida é se a seleção de filmes foi feita seriamente ou se realmente não havia mais nada a mostrar
Festival de Cannes 2003 causa grande decepção, diz a imprensa
da France Presse"Decepção", "consternação", "erro": a imprensa francesa lamentou de forma unânime esta segunda-feira a distribuição de prêmios e a baixa qualidade geral da seleção do Festival de Cannes, que terminou este domingo coroando "Elephant", do americano Gus Van Sant, com a Palma de Ouro e o Prêmio de Melhor Direção.
O jornal "Le Figaro" indica a "qualidade discutível" de alguns filmes selecionados e questiona o fato de um mesmo filme ter recebido dois prêmios, violando o regulamento do Festival, que só permite dar duas Palmas a uma obra se uma delas for de interpretação. Segundo a publicação, "Elephant" é "uma obra certamente forte, mas que não merece tal redundância".
O jornal lamenta a ausência de prêmios para "Dogville", de Lars von Trier, para "Mystic River", de Clint Eastwood, e "Pai e filho", de Alexander Sokurov.
"Elephant arrasa nos prêmios" é a manchete do jornal "France Soir". "Consternação, indignação, resignação. A escolha de 'Elephant' não vai solucionar a falta de compreensão que existe hoje entre o Festival de Cannes, paraíso dos autores incompreendidos e outros gênios malditos, e o público", escreve o crítico do jornal.
A falta de prêmios para "Dogville", o "filme mais importante desta seleção, é um escândalo", acrescenta.
O crítico de um grande jornal regional afirma que o júri se equivocou em suas escolhas e os prêmios decepcionaram. "Cannes volta a cair em seus erros passados: prêmios para filmes mais intimistas, evidentes erros de 'casting' nos prêmios de interpretação, prêmios duplos inúteis, esquecimentos indefensáveis", afirma ele, lamentando a ausência de um filme francês entre os premiados.
Por sua parte, o jornal "Libération", praticamente o único a considerar acertada a premiação do filme de Van Sant, indica que "Cannes 2003 não teve uma boa colheita".
Comentando os rumores de discordância em relação à seleção de filmes entre o presidente do Festival e seu delegado-geral, respectivamente Gilles Jacob e Thierry Frémaux, e dos atritos diplomáticos com o cinema americano, Libération estima que "este ano algo não deu certo" em Cannes.
O jornal considera ainda que, no final das contas, todos estes problemas beneficiaram o Festival de Veneza que, "aproveitando o vazio constatado em Cannes, pôde anunciar um atraente cardápio: Altman, Kustirica, Rivette, Bertolucci, Wong Karwai, Breillat, Angelopoulos e, inclusive, Bergman".
Finalmente, a influente revista americana "Variety" considerou que a opção de premiar um número tão limitado de filmes confirma a falta de qualidade constatada este ano em Cannes. Para ela, a dúvida é se a seleção de filmes foi feita seriamente ou se realmente não havia mais nada a mostrar
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