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06/06/2003
-
09h39
da Folha de S.Paulo
Mais um tropicalista "do B" deve voltar à tona neste 2003. O poeta piauiense Torquato Neto (1944-72), autor de algumas das letras cruciais do movimento, será alvo de uma biografia e da reedição de seus escritos.
O jornalista Toninho Vaz finaliza, para a editora Record, a biografia "Pra Mim Chega", cujo título faz referência a termo usado por Torquato em seu bilhete de suicídio.
Já fez 68 entrevistas, mas lhe falta agendar depoimentos de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia.
Solicitada pela editora Rocco, está pronta para publicação uma versão ampliada de "Os Últimos Dias de Paupéria", coletânea de escritos de Torquato organizada originalmente por Waly Salomão (1944-2003).
O jornalista Paulo Roberto Pires se responsabilizou pela nova edição, que se chamará "Torquatália" e será ampliada para dois volumes. Trará poemas, letras de música e os textos de Torquato na coluna "Geléia Geral", do jornal "Última Hora".
Pires ressalta a recuperação de crônicas do "Jornal dos Sports", em que Torquato descrevia os acontecimentos musicais de 68, no alto do levante tropicalista.
O NÃO-LANÇAMENTO
Hoje sampleados em rap por Marcelo D2, os baianos Antonio Carlos & Jocafi desenvolveram carreira de sucesso popular nos sombrios anos 70. Começaram com "Mudei de Idéia" (71, já reeditado em CD pela BMG), álbum de parentesco próximo com a tropicália e a experimentação. Deste "Cada Segundo" (72) em diante, embarcaram de vez no chamado "samba jóia", já esboçado no LP de estréia em "Você Abusou". "Ossain", "Simbarerê" e "Shazan" eram os sucessos que reuniam sambão, referências afro, MPB e a mais escancarada sabedoria de bordel -que os remeteria à coluna dos "cafonas". A BMG podia aproveitar o chamado de D2 e reeditar mais de seus LPs.
A MÚSICA, AS LEIS
Até agora nada aconteceu com a lei do jabá no Congresso, mas por outro lado a indústria fonográfica conseguiu na semana passada a aprovação, pelo Senado, de lei que prevê prisão de até quatro anos para o crime de pirataria -agora só falta a sanção pelo presidente Lula. "Esse projeto sem dúvida será um instrumento importante para possibilitar a recuperação de boa parte do mercado musical legítimo, que foi perdido para os piratas nos últimos anos", comemora o diretor-geral da Associação Brasileira dos Produtores de Discos, Paulo Rosa. A ABPD mantém o silêncio sobre a lei do jabá.
MUSA MPB
O poeta Carlos Rennó prepara o que deve ser a maior letra de MPB de todos os tempos. Em 384 versos, "Uma Única Musa" se dedica a citar nominalmente musas históricas da MPB (além de várias estrangeiras), da Rosa de Pixinguinha à Kátia Flávia de Fausto Fawcett e à Tiazinha de Vinny. Segundo Rennó, Lenine manifestou desejo de musicá-la, mas ainda não há previsão de gravação.
REUNIÃO BLACK
Sustentáculo da geração black Rio, a União Black se prepara para voltar à ativa, em shows e gravações. A banda gravou um LP em 77.
Torquato Neto volta em biografia e inéditos
PEDRO ALEXANDRE SANCHESda Folha de S.Paulo
Mais um tropicalista "do B" deve voltar à tona neste 2003. O poeta piauiense Torquato Neto (1944-72), autor de algumas das letras cruciais do movimento, será alvo de uma biografia e da reedição de seus escritos.
O jornalista Toninho Vaz finaliza, para a editora Record, a biografia "Pra Mim Chega", cujo título faz referência a termo usado por Torquato em seu bilhete de suicídio.
Já fez 68 entrevistas, mas lhe falta agendar depoimentos de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia.
Solicitada pela editora Rocco, está pronta para publicação uma versão ampliada de "Os Últimos Dias de Paupéria", coletânea de escritos de Torquato organizada originalmente por Waly Salomão (1944-2003).
O jornalista Paulo Roberto Pires se responsabilizou pela nova edição, que se chamará "Torquatália" e será ampliada para dois volumes. Trará poemas, letras de música e os textos de Torquato na coluna "Geléia Geral", do jornal "Última Hora".
Pires ressalta a recuperação de crônicas do "Jornal dos Sports", em que Torquato descrevia os acontecimentos musicais de 68, no alto do levante tropicalista.
O NÃO-LANÇAMENTO
Hoje sampleados em rap por Marcelo D2, os baianos Antonio Carlos & Jocafi desenvolveram carreira de sucesso popular nos sombrios anos 70. Começaram com "Mudei de Idéia" (71, já reeditado em CD pela BMG), álbum de parentesco próximo com a tropicália e a experimentação. Deste "Cada Segundo" (72) em diante, embarcaram de vez no chamado "samba jóia", já esboçado no LP de estréia em "Você Abusou". "Ossain", "Simbarerê" e "Shazan" eram os sucessos que reuniam sambão, referências afro, MPB e a mais escancarada sabedoria de bordel -que os remeteria à coluna dos "cafonas". A BMG podia aproveitar o chamado de D2 e reeditar mais de seus LPs.
A MÚSICA, AS LEIS
Até agora nada aconteceu com a lei do jabá no Congresso, mas por outro lado a indústria fonográfica conseguiu na semana passada a aprovação, pelo Senado, de lei que prevê prisão de até quatro anos para o crime de pirataria -agora só falta a sanção pelo presidente Lula. "Esse projeto sem dúvida será um instrumento importante para possibilitar a recuperação de boa parte do mercado musical legítimo, que foi perdido para os piratas nos últimos anos", comemora o diretor-geral da Associação Brasileira dos Produtores de Discos, Paulo Rosa. A ABPD mantém o silêncio sobre a lei do jabá.
MUSA MPB
O poeta Carlos Rennó prepara o que deve ser a maior letra de MPB de todos os tempos. Em 384 versos, "Uma Única Musa" se dedica a citar nominalmente musas históricas da MPB (além de várias estrangeiras), da Rosa de Pixinguinha à Kátia Flávia de Fausto Fawcett e à Tiazinha de Vinny. Segundo Rennó, Lenine manifestou desejo de musicá-la, mas ainda não há previsão de gravação.
REUNIÃO BLACK
Sustentáculo da geração black Rio, a União Black se prepara para voltar à ativa, em shows e gravações. A banda gravou um LP em 77.
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