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15/06/2003 - 10h00

"Odeiam-me", diz vilão de "Mulheres Apaixonadas"

MARCELLA FRANCO
Free-lance para a Folha de S. Paulo, no Rio

Se há pouco mais de um mês o ator Dan Stulbach podia circular livremente pelas ruas do Rio de Janeiro no bairro do Leblon, que naturalmente pipoca de celebridades, de uns tempos para cá a situação tem sido um pouco diferente. Recomendações e broncas do tipo "ô, pára de bater na menina" são o resultado mais comum da repercussão de seu personagem Marcos, da novela "Mulheres Apaixonadas".

Não é à toa. Violento, Marcos, só nas últimas semanas, já levantou a mão (e até uma raquete de tênis) duas vezes para agredir a mulher Raquel, interpretada pela atriz Helena Ranaldi. Virou até piada nos quadros do humorístico "Casseta & Planeta Urgente". "Algumas pessoas têm até medo, dizem que adoram meu trabalho, mas me odeiam", diverte-se Stulbach, paulista de 33 anos. "Vejo que tem gente que desconfia, mas no fundo a maioria consegue ver que aquele cara não sou eu."

E não é mesmo. Com jeito de moleque, apesar dos já aparentes fios de cabelo brancos, o ator é só sorrisos ao contar sua trajetória, iniciada no teatro amador e que já passou também pelas peças profissionais e pelo cinema, além, é claro, da televisão. "Detesto aquela pergunta fatal sobre onde mais gosto de trabalhar. Para mim, o importante é o personagem, me interessa saber se ele realmente tem alguma coisa a dizer."
No caso de Marcos, o ator diz ter sido atraído pela possibilidade de escancarar no horário nobre a questão da violência doméstica.

O convite partiu do autor da novela, Manoel Carlos, e do diretor, Ricardo Waddington, depois de uma sessão da premiada peça "Novas Diretrizes em Tempos de Paz", que voltou ao cartaz em SP na sexta passada, em que Stulbach contracena com Tony Ramos. "Também na peça senti que o recado daquele personagem era importante: questionar qual o papel da arte na sociedade."

No palco, conta-se o encontro entre um funcionário do serviço de imigração e um polonês em busca do visto de permanência no Brasil após o final da Segunda Guerra. Filho de imigrantes poloneses, o ator ficou surpreso ao saber da coincidência com o personagem. "Até perguntei para o Bosco [Brasil, autor] se ele não queria mudar. Achei que não conseguiria fazer aquele sotaque, porque nunca soube imitar meu pai falando", brinca ele, que abocanhou dois prêmios por sua performance: um APCA e um Shell.

O curioso é que os dois personagens que atualmente tomam vida por meio de Stulbach são claros opostos. "Um é a vítima, o outro, o agressor", avalia o ator. E logo pára a análise dizendo que não pode ir além ao falar sobre Marcos, já que está "proibido pela emissora". "De qualquer maneira eu não poderia julgá-lo como vilão ou herói, ou contamino minha interpretação", desconversa.

Stulbach também não se sente muito à vontade para falar de sua vida pessoal. Revela poucos detalhes, como sua habilidade com as panelas e o gosto pela decoração. Casado ou solteiro? "Mezzo."

Ah, e se quiser ganhar a antipatia de Stulbach, basta comentar sobre a semelhança física entre ele e o também ator Tom Hanks. "Odeio essa pergunta, sobre se me acho parecido com ele. Dou sempre a mesma resposta: 'Somos iguais na conta bancária'."
 

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