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27/11/2007 - 08h47

Novo museu em SP foca quatro artistas

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MARIO GIOIA
da Folha de S.Paulo

Um novo museu na área central de São Paulo, com acervo permanente de quatro importantes nomes das artes plásticas brasileiras: é o IAC (Instituto de Arte Contemporânea), que será inaugurado hoje, às 19h, tendo em seu acervo permanente cerca de 200 obras de Amilcar de Castro, Mira Schendel, Sergio Camargo e Willys de Castro. "Campo Ampliado", com 75 obras, é a mostra de abertura do espaço, ao lado do Centro Universitário Maria Antonia, com trabalhos de Lucio Fontana e Volpi, entre outros, em diálogo com obras dos quatro artistas principais da instituição.

O IAC se diferencia de outros modelos museográficos no Brasil por ter como foco um número restrito de artistas. Há raras iniciativas desse tipo no país, como a Fundação Iberê Camargo, que ganha um novo prédio no ano que vem, em Porto Alegre, e o Museu Lasar Segall, em São Paulo, que já tem 40 anos.

"Depois da morte do Sergio Camargo, fiquei responsável pelo espólio dele e fechei o seu ateliê na Itália, em 1991. Percebi, então, que precisava institucionalizar todo aquele acervo", diz a galerista Raquel Arnaud, presidente do IAC. "Temos poucas iniciativas do gênero no Brasil, que individualizam a exposição e a pesquisa de determinados nomes. É importante lembrar que todos eram amigos e cultivavam um diálogo estético importante. A Mira, por exemplo, viajava para o Rio somente para ver o que o Sergio achava de uma obra nova que ela havia feito."

Um dos braços importantes do IAC é o seu Núcleo de Documentação e Pesquisa, que desenvolve um trabalho de digitalização e tratamento de 4.000 imagens relacionadas aos artistas, além da organização de cerca de 7.000 documentos, como correspondências, projetos de obras e textos pessoais. O centro vai funcionar ao lado das duas grandes salas expositivas do instituto -de 122 e 140 m2-, e o acesso será permanente a partir de amanhã, mediante agendamento.

No mesmo prédio do IAC, funcionarão duas salas do Maria Antonia, um auditório e uma reserva técnica, que devem ser entregues a partir do ano que vem.

Importância

A reunião de obras significativas de Amilcar, Schendel, Camargo e Willys é bem recebida por quem foi próximo a eles. "Essa conversa que eles vão manter nesse espaço é importante. Muitos diálogos vão aparecer entre as obras deles e em relação a nomes mais recentes", avalia o artista Carlos Vergara, 65, que foi amigo de Camargo.

"Para mim, o Sergio é importante por seu rigor estético e por sua liberdade intelectual. Ele pesquisava muito para colocar a mínima coisa em seu ateliê. E foi um interlocutor muito ativo de nomes de gerações mais novas, como o Tunga e o Waltercio Caldas. Quando via uma exposição sua, assim como o Willys, não era de só dar tapinhas nas costas; ele criticava de verdade o seu trabalho."

"É uma geração de força", afirma o historiador e professor da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) Roberto Conduru, autor do livro "Willys de Castro" (Cosac Naify, R$ 75, 240 págs.).

Para ele, a reduzida obra de Willys, vista em conjunto com a dos outros três artistas, vai atestar a "excepcionalidade e uma certa atitude minimalista" de sua trajetória. "Nos outros artistas, essa redução de elementos é importante. Em Willys, ela é mais evidente na economia de sua produção."

Para o galerista André Millan, que cuida do espólio de Schendel, o interesse sobre ela "cresce em progressão geométrica". "Sua participação em Kassel neste ano e a mostra no MoMA, prevista para 2009, provam que Mira cada vez é mais estudada e ganha maior importância."

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