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11/07/2003 - 17h53

Para Quino, Mafalda era um trabalho a mais

JANAINA FIDALGO
da Folha Online

Ela constrange os pais com perguntas sobre a paz, os direitos humanos e os dilemas da humanidade. Seu ódio por sopas talvez seja sua única característica infantil. Assim é Mafalda, a "filha" mais famosa do cartunista argentino Quino.

Criada em 1962 para a campanha publicitária de uma fábrica de eletrodomésticos que não vingou, a astuta garotinha de rosto redondo acabou parando nas páginas do semanário "Primera Plana", de Buenos Aires. Depois de passar pelo "El Mundo" e pelo "Siete Dias", Mafalda parou de ser desenhada em 1973.

Reprodução
"Mafalda", tirinha do cartunista Quino


Hoje, durante entrevista coletiva em São Paulo, o cartunista disse que Mafalda deixou de existir porque ele "não queria que ela se parecesse com Snoopy". "Depois de 12 anos já não aguentava vê-lo", disse.

Criada para adultos, Mafalda não se limitou a este público e até hoje faz sucesso com as crianças. Surpreso com esse desempenho, Quino mostra-se modesto: "os pais devem induzir seus filhos a lê-la".

"Sempre a divulguei pensando que era para adultos. Saía na página editorial, não nos quadrinhos. Graças à TV, as crianças estão tão informadas quanto os adultos", disse.

O cartunista pode ter deixado de desenhar Mafalda, mas sua visão crítica do mundo continua viva. "A Mafalda é parte do meu trabalho. Era um trabalho a mais. O que pensava a Mafalda era o que eu pensava. O que penso hoje está em minhas páginas de humor."

No Brasil, três livros de humor do cartunista foram lançados recentemente pela editora Martins Fontes: "Potentes, Prepotentes e Impotentes"; "Que Gente Má" e "Não Fui Eu".

Especial
  • Crítica à guerra e à opressão social são recorrentes na obra de Quino
  • Cartunista Quino autografa e faz palestra em São Paulo
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