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Novo site abriga fotos tiradas em locais proibidos
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MARCO AURÉLIO CANÔNICO
da Folha de S.Paulo
A plaquinha é familiar para os freqüentadores de museus, shows, galerias, teatros: "É proibido fotografar".
Como nem todo mundo respeita o sinal (afinal, quando você vai estar em frente ao "Davi" de Michelangelo de novo?), há um vasto arquivo de fotos proibidas espalhadas por aí, e foi para juntá-las e deixá-las acessíveis que foi criado o www.strictlynophotography.com.
Lançado há cerca de um mês, o site já reúne 1.500 fotos que foram enviadas por usuários comuns, registrando coisas tão distintas quanto obras de Andy Warhol, um treinamento militar em Chiapas (México), um show de Bob Dylan e, sim, o "Davi" de Michelangelo.
"Não somos um site de paparazzi", disseram os criadores do Strictly No Photography (estritamente proibido fotografar) à Folha, por e-mail.
"Nosso objetivo é construir referências que não existiam. É também sobre liberdade. Fala-se muito em discurso livre, mas e a liberdade de visão? Como eles podem colocar câmeras minúsculas em nosso celulares se não querem que fotografemos?", afirmou o grupo, que preferiu não se identificar nem dizer sua nacionalidade.
A participação no site é aberta a qualquer pessoa e já há colaboradores registrados de diversos países, incluindo o Brasil. "Recebemos fotos de gente de Porto Alegre, Brasília, São Paulo e Rio. Queremos mais fotos do Brasil, o resto do mundo certamente quer vê-las."
Um dos brasileiros participantes --que usa o codinome jewbr (judeu br)-- enviou uma série que ganhou destaque no site, mostrando o checkpoint de Atarot, na fronteira entre Rammalah e Jerusalém.
Na encolha
Previsivelmente, a maioria das fotos disponíveis no site não chama atenção por sua qualidade artística, já que não são feitas por profissionais e as condições em que são obtidas não permitem muito capricho.
A graça está em ver locais de acesso restrito e imagens de obras de arte (de gente como Warhol, Damien Hirst, Banksy) e de museus notórios por seu rígido controle de fotos.
Segundo os organizadores, não houve até agora ameaças de processo por parte dos fotografados. "Estudamos a fundo antes de criar o site, não estamos infringindo lei nenhuma."
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