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18/07/2003 - 07h21

"A Viagem de Chihiro" é experiência visual única

DIEGO ASSIS
da Folha de S.Paulo

Ninguém se cansa de ver e rever "A Viagem de Chihiro". Mas o que faz dessa animação algo tão cativante, tão especial? Pergunte ao Oscar, pergunte aos jurados do Festival de Berlim, pergunte a quem viu. "A Viagem de Chihiro" é, sem dúvida, uma experiência visual única.

De olhos e preconceitos armados para encontrar "mais uma animação japonesa", o espectador surpreende-se ao constatar que "Chihiro" não é feito de crianças de olhos exageradamente esbugalhados ou de uma batalha entre o bem e o mal, com a derrota deste último no final.

Chihiro é uma garotinha que está se mudando com os pais para uma nova cidade no Japão. Vai ter nova casa, nova escola, novos amigos. Mas, como qualquer garota de dez anos, isso é o que ela não quer. Durante a viagem, encontram um portal que impede a passagem do carro. A fome dos pais acaba fazendo com que a família desça do carro e insista em explorar a pé a passagem. Chihiro, com medo, não quer.

Chihiro, desconfiada, não quer botar os pés no novo mundo. Os adultos mal pensam na escolha nem se dão ao trabalho de escutar a filha. Resultado: são transformados em porcos e só reaparecem no final do desenho!

Pois é por Chihiro que o diretor Hayao Miyazaki se apaixona. Pelo misto de pavor, prudência e coragem que a menina vai demonstrar diante dos desafios da jornada pelo País das Maravilhas, com "maravilhas" nem tão diferentes das de Lewis Carroll, mas estranhas para a cultura ocidental.

Com 99% das cenas pintadas a mão, a animação é um mergulho no imaginário de lendas e espíritos da cultura japonesa. Fantasioso, pode ser tido como "de criança". Azar é o nosso, dos "adultos", que não temos a senha para uma das paisagens mais provocativas tecidas pelo cinema moderno.

Avaliação:

A Viagem de Chihiro (Spirited Away)
Produção: Japão/EUA, 2001
Direção: Hayao Miyazaki
Quando: a partir de hoje nos cines Anália Franco, Bristol e circuito
 

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