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27/07/2003
-
05h05
REPÓRTER-FOTOGRÁFICO
Em pleno Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, sob a luz do sol, uma moça vestida com um maiô lilás e short curto estava amarrada a uma árvore e pedia socorro. A cena foi armada para uma pegadinha do programa "Claquete", apresentado por Otávio Mesquita na Bandeirantes.
A reportagem da Folha flagrou a equipe de produção do programa pagando R$ 5 a um desempregado para que ele fingisse cair na brincadeira. Alexandre de Moraes Lino, 28, fotocopista desempregado, passava pelo local quando avistou a movimentação de atores e da equipe de televisão. Aproximou-se dos curiosos que se aglomeravam na gravação e foi surpreendido por um produtor que segurava uma prancheta e algumas notas de R$ 5.
Lino foi convidado a participar do quadro e, em troca, receber o dinheiro. Teria de agir de acordo com o script que lhe foi entregue. Seu papel era tentar salvar a moça e ser surpreendido pela ira do marido dela, interpretado por um ator anão.
Morador de rua, ele estava no Vale do Anhangabaú pedindo esmola para comprar seu almoço e topou a armação. Foi instruído sobre o roteiro, fez sua parte e saiu com a nota no bolso.
Depois da gravação, Lino confirmou a armação à Folha. Disse ter topado participar da cena por estar com fome e não ter dinheiro para comprar seu almoço.
Os produtores não quiseram dar entrevista e pediram para a reportagem não ser publicada.
A direção da Band, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que "desconhece esse tipo de procedimento e irá apurar o fato".
Pegadinha armada da Band paga R$ 5
CAIO GUATELLIREPÓRTER-FOTOGRÁFICO
Em pleno Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, sob a luz do sol, uma moça vestida com um maiô lilás e short curto estava amarrada a uma árvore e pedia socorro. A cena foi armada para uma pegadinha do programa "Claquete", apresentado por Otávio Mesquita na Bandeirantes.
A reportagem da Folha flagrou a equipe de produção do programa pagando R$ 5 a um desempregado para que ele fingisse cair na brincadeira. Alexandre de Moraes Lino, 28, fotocopista desempregado, passava pelo local quando avistou a movimentação de atores e da equipe de televisão. Aproximou-se dos curiosos que se aglomeravam na gravação e foi surpreendido por um produtor que segurava uma prancheta e algumas notas de R$ 5.
Lino foi convidado a participar do quadro e, em troca, receber o dinheiro. Teria de agir de acordo com o script que lhe foi entregue. Seu papel era tentar salvar a moça e ser surpreendido pela ira do marido dela, interpretado por um ator anão.
Morador de rua, ele estava no Vale do Anhangabaú pedindo esmola para comprar seu almoço e topou a armação. Foi instruído sobre o roteiro, fez sua parte e saiu com a nota no bolso.
Depois da gravação, Lino confirmou a armação à Folha. Disse ter topado participar da cena por estar com fome e não ter dinheiro para comprar seu almoço.
Os produtores não quiseram dar entrevista e pediram para a reportagem não ser publicada.
A direção da Band, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que "desconhece esse tipo de procedimento e irá apurar o fato".
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