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21/08/2003 - 19h52

Cinema: saiba o que ver e o que não ver neste fim de semana

RICARDO FELTRIN
Colunista da Folha Online

Segue abaixo uma relação com 20 "minicríticas" de filmes em cartaz nos cinemas. A lista está na "ordem" dos filmes imperdíveis para os "perdíveis". Essa ordem obviamente tem caráter subjetivo, já que foi eleita via opinião pessoal. Mas vale como dica para o fim-de-semana.

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Paulinho da Viola - Meu Tempo é Hoje - É um filme imperdível, mais pelo significado do personagem na história da música do que pelo capricho no acabamento da produção. Mesmo assim música, músicos, personagens secundários, bom humor... tudo está muito bem dosado nesta obra dirigida por Izabel Jaguaribe.

A Inglesa e o Duque - Cinema com "C" maiúsculo, assinado por um inspirado e romântico Eric Rohmer. Arte, fotografia, roteiro e personagens fantásticos. Além de cenários pintados à mão, que beiram o inacreditável, de tão belos. Para quem julga que cinema é somente arte, eis o filme.

Viagem de Chihiro - Se existe alguém no mundo que não gosta de desenho animado, esta é uma boa oportunidade para mudar de idéia. Uma história cheia de misticismo, quase hipnótica. Hayao Miyazaki vai na contra-mão da nova maré tecnológica de animação. E acerta em cheio com sua técnica "purista" (vá lá, apesar do merchandising da Audi no carro do pai da protagonista).

Dois Destinos - A princípio esse filme de 1962 de Valério Zurlini parece mesmo não passar de uma simples e triste "crônica familiar" (seu nome original). E talvez fosse só isso, se não estivesse lá um Marcello Mastroianni inspiradíssimo (que irá às lágrimas em plano-sequência, carregando consigo o público), e da atuação de seu convincente irmão (o então jovem ator Jacques Perrin).

Conto de Outono e Conto de Inverno - São dois filmes-contos de Rohmer, delicados e superficiais, sobre personagens comuns na vida cotidiana francesa (de classe média contemporânea). Para muita gente, as obras vão parecer "arrastadas", cansativas e superficiais demais. Mas a verdade é que são leves, isso sim. No "Conto de Inverno", Eric Rohmer até ensaia --mas não decola-- uma nova "aulinha" de filosofia de Pascal (algo que ele já havia feito em "Minha Noite com Ela" com muito mais entusiasmo e detalhismo).

O Homem do Ano - É aquele tipo de filme que ganha uma "estrelinha" na avaliação dos críticos, mas recebe três ou quatro do público. Por quê? Porque o público capta que o filme tem muitos méritos e uma boa atuação de Murilo Benício e Cláudia Abreu. A linda Natália Lage vira a cereja sobre o bolo. E sejamos justos: tem o leitãozinho Bill, que é ótimo.

Amarelo Manga - Difícil lembrar de outro filme nacional em que tantos personagens tenham disputado a atenção e empatia junto ao público. Ora é Leona Cavalli, ora Jonas Bloch, ora Matheus Nachtergaele, ora é Chico Diaz --esse último perfeito ao encarnar o machista de sentimentos corrompidos e puros ao mesmo tempo. Muito bom, embora algumas cenas pesadas pareçam ser "propositadamente chocantes" (e, portanto, "cheirem" desnecessárias).

O Homem que Copiava - Mesmo que estivesse sozinho Lázaro Ramos conseguiria carregar o piano desta história bem digesta e comercial de Jorge Furtado. A impressão que fica é de um final um tanto "comodista", mas é garantia de satisfação para a platéia.

Anita não perde a Chance - Uma deliciosa e prolixa comédia envolvendo uma cinquentona sem carisma algum (Rosa Sardà), que divide seus segredos com uma amiga hilária, trapalhona e bem mais nova (Maria Barranco). O final até lembra um pouco "Aos Olhos de Uma Mulher" (com Cecília Roth), mas no geral é muito mais engraçado. Além de não ter aquele "discurso final e redentor", que dona Cecília tanto gosta.

Lara Croft - Tom Raider - Ora, não vamos ser tão sérios. Cinema também é diversão e as histórias desta heroína milionária, filha de diplomata, que pulou dos games para as telas, é bem divertida. Além disso a presença de Angelina Jolie é um bônus permanente na tela (mais pela parte física, claro). Numa cena antológica, ela vai esmurrar a fuça de um tubarão, feito inédito no cinema. E hilário.

Longe do Paraíso - Em algum momento as "carinhas e boquinhas" de Julianne Moore, mais sua estudada rouquidão, poderão cansar o espectador mais crítico. Mas a história tem, entre outros méritos, a virtude de relembrar um racismo bem recente naquela que foi chamada "terra das liberdades". O racismo era tal que negros tinham de fugir a cidades mais tolerantes (como Baltimore), caso quisessem tentar viver em paz. E, muitas vezes, nem assim...

O Tempo de Cada Um - Muitos críticos consideram o roteiro deste filme "desamarrado". Talvez essa seja mesmo a intenção da diretora-escritora Rebecca Miller, que decidiu criar uma única convergência entre três mulheres sofridas: suas lágrimas e uma notícia no rádio. Interessante, mas fugaz para a memória.

Nelson Freire - Até agora é um dos cinco filmes mais interessantes do ano, mas só está em cartaz no Lillian Lemmertz e sua minúscula tela, seu sistema de som humilde e suas poltronas desconfortáveis. Ainda assim vale a pena.

Procurando Nemo - Não precisa arrumar a desculpa de levar os filhos ou sobrinhos. Pode ir e rir sozinho com essa sensacional animação da Pixar. Aproveite e veja legendado nas salas Bristol. Se quiser levar a criançada, pode ver dublado também, porque não decepciona nem um pouco.

Garota Veneno - Quer dar risada? Então pode ir sem medo a esta comédia, que retorna repentinamente ao circuito em um único cinema de São Paulo, o Gemini. A atuação de Rob Schneider, no papel de uma adolescente (isso mesmo, uma), é um show de humor e talento. De quebra ainda tem um Adam Sandler maconheiro e engraçadíssimo.

Dirigindo no Escuro - Mais uma vez cabe avisar que não há nenhum engano de edição nesta lista. Colocamos mesmo a nova "obra" de Woody Allen aqui embaixo. Um filme insípido, tolo, de apelo fácil. Parece que o sr. Allen estava com muita preguiça mental quando fez esta história inverossímel e tonta, dispersa e dispensável.

Terminator 3 - O roteiro em si só não tem mais "furos" do que a lataria do Arnold durante os tiroteios. A única coisa que talvez se salve é a trilha sonora. E o final ainda deixa claro que teremos o quarto filme. Oh, não!

A Casa Caiu - Uma "bobajada" sem graça e que arranca no máximo uns "espasmos" da platéia. Gargalhadas? Nenhuma. A divulgação da história só podia estar ancorada na "grife" de Steve Martin. Porque trama, que é bom, não tem nenhuma. Filme estúpido. Não gaste seu dinheiro nisso.

Voando Alto - Trata-se do pior filme exibido no Brasil este ano, na nossa opinião. Uma porcaria comercial, uma história medíocre que chega às telas pelas mãos do brasileiro Bruno Barreto. O público deve sentir intuitivamente o quem vem pela frente, tanto é que as salas onde o filme vem sendo exibido estão às moscas. Sem contar que tem uma Gwyneth Paltrow que, dessa vez, mais parece um "cover piorado" da Lisa Kudrow ("Friends"). Daqui a um tempinho vai passar na "Sessão da Tarde".
Mas é um horror, um horror, um horror...
 

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