Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/08/2003 - 18h52

Escritores falam da relação entre livro, cinema e TV no RS

Publicidade

KATIA CALSAVARA
enviada especial a Passo Fundo (RS)

Um grupo de cineastas e escritores se reuniu no último dia da 10ª Jornada Nacional de Literatura, em Passo Fundo (RS), para falar da transposição da literatura para o cinema para uma platéia de cerca de 3.000 pessoas.

O encontro teve a participação da escritora Adriana Falcão, o cineasta Jorge Furtado, o médico Dráuzio Varela, o professor de literatura Luís Augusto Fischer, colunista do Folhateen, e uma surpresa na programação, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

A feira, que vendeu cerca de 10 mil livros por dia, segundo os últimos dados fornecidos pela organização do evento, termina hoje com o show "Oi Nóis Aqui Traveis", dos irmãos Paulo e Chico Caruso, que também participaram do debate.

Furtado, que é gaúcho, arrancou aplausos da platéia, formada por estudantes, professores, acadêmicos e participantes do evento. Ele falou sobre a dificuldade que os cineastas têm em transformar verbos como pensar, lembrar e esquecer em imagens. "O cineasta precisa tomar decisões que podem ser adiadas pelos autores", disse o diretor de "Houve uma Vez Dois Verões" e "O Homem que Copiava".

Já Varella falou no evento sobre como viu o seu livro, "Estação Carandiru", ser transformado em um filme por Hector Babenco. "O filme não é fiel ao livro, mas consegue contar a mesma história que eu contei em um meio diferente, que é o cinema. Babenco utilizou o mesmo recurso que eu, que reduzi o universo de cerca de 7.000 presos em pouco mais de 170 personagens. Ele também não poderia fazer um filme com tanta gente, por isso cada personagem do filme acaba representando vários personagens em um só", disse Dráuzio, ressaltando como "arte pura" a obra de Babenco.

"Eu me perguntava como um monte de palavras poderia virar peça de teatro ["A Máquina", de João Falcão], disse a escritora carioca Adriana Falcão, que também colabora com os roteiros do seriado da Globo "A Grande Família". Ela diz que se considera uma simples colaboradora e que "sua área mesmo é a literatura".

Recebendo os costumeiros e assediosos bilhetinhos da platéia, Suplicy leu a letra, na íntegra!, de "Um Homem na Estrada", dos Racionais MC's, para falar da desigualdade social brasileira. "Os meninos da Febem e todos os jovens da periferia de São Paulo e Rio sabem cantar essa música de cor", disse o senador.

Neste ano, a 10ª Jornada Nacional de Literatura tem como tema a inclusão social.

A jornalista Katia Calsavara viajou a convite da organização do evento
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página