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05/09/2003
-
03h49
da Folha de S.Paulo
Nas últimas semanas, uma mensagem eletrônica tem invadido algumas caixas de entrada de e-mails com uma proposta inédita: participar de um atentado poético. A idéia é que, no próximo dia 11 de setembro, livros, de poesia ou não, sejam largados em lugares públicos ou oferecidos para pessoas desconhecidas, com dedicatória.
O evento quer marcar de maneira diferente os dois anos dos atentados terroristas contra as torres gêmeas do World Trade Center de Nova York.
"O 11 de Setembro já não será mais um aniversário fúnebre. Juntos, transformaremos esta data em um ato de criatividade e generosidade", diz uma das versões da mensagem, que pretende uma "mobilização geral" nas cidades de Bruxelas, Paris, Florença e San Francisco.
Por trás do evento, está a escritora brasileira Joyce Cavalccante, presidente da Rebra (Rede Brasileira de Escritoras), que fez a primeira redação do convite em castelhano e enviou para pessoas conhecidas. Foi conversando com amigos que surgiu a idéia de tentar vencer o que ela chama de "uniformidade da cobertura da mídia".
"Não tínhamos onde nos esconder para nos ver livres dos discursos pré-fabricados dos noticiários sobre os atentados terroristas. Daí imaginamos um apresentador de televisão transgressor que, fugindo da pauta, começasse a dizer, em pleno horário nobre, uma poesia", diz a autora de "O Cão Chupando Manga".
Embora a ideologia do "livro livre" alimentada pelo bookcrossing esteja aí embutida, a inspiração é outra. "O que queremos é sair do foco da manipulação midiática", diz Cavalccante, que tem um "projeto pessoal de combater a violência através da poesia".
"Ao ler alguma coisa você cria eventos cerebrais que se transformam em parte da sua anatomia. Ler uma bela poesia logo no começo do dia o tornará muito melhor."
Leia mais
Site incentiva abandono de livros em lugares públicos
"Atentado poético" marca 11 de Setembro
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Nas últimas semanas, uma mensagem eletrônica tem invadido algumas caixas de entrada de e-mails com uma proposta inédita: participar de um atentado poético. A idéia é que, no próximo dia 11 de setembro, livros, de poesia ou não, sejam largados em lugares públicos ou oferecidos para pessoas desconhecidas, com dedicatória.
O evento quer marcar de maneira diferente os dois anos dos atentados terroristas contra as torres gêmeas do World Trade Center de Nova York.
"O 11 de Setembro já não será mais um aniversário fúnebre. Juntos, transformaremos esta data em um ato de criatividade e generosidade", diz uma das versões da mensagem, que pretende uma "mobilização geral" nas cidades de Bruxelas, Paris, Florença e San Francisco.
Por trás do evento, está a escritora brasileira Joyce Cavalccante, presidente da Rebra (Rede Brasileira de Escritoras), que fez a primeira redação do convite em castelhano e enviou para pessoas conhecidas. Foi conversando com amigos que surgiu a idéia de tentar vencer o que ela chama de "uniformidade da cobertura da mídia".
"Não tínhamos onde nos esconder para nos ver livres dos discursos pré-fabricados dos noticiários sobre os atentados terroristas. Daí imaginamos um apresentador de televisão transgressor que, fugindo da pauta, começasse a dizer, em pleno horário nobre, uma poesia", diz a autora de "O Cão Chupando Manga".
Embora a ideologia do "livro livre" alimentada pelo bookcrossing esteja aí embutida, a inspiração é outra. "O que queremos é sair do foco da manipulação midiática", diz Cavalccante, que tem um "projeto pessoal de combater a violência através da poesia".
"Ao ler alguma coisa você cria eventos cerebrais que se transformam em parte da sua anatomia. Ler uma bela poesia logo no começo do dia o tornará muito melhor."
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