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21/09/2003 - 04h50

Análise: Trama da novela das oito cativa com o amor

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DANUZA LEÃO
Colunista da Folha de S.Paulo

Novela para as mulheres é como o futebol para os homens: tem direito a discussão sobre os lances e torcida.

Elas não conseguem ligar a televisão e acompanhar a trama da mesma forma que se lê um livro, aceitando pacificamente o final decidido pelo autor.

Quem leu "Madame Bovary", romance de Gustave Flaubert, jamais discutiu se o final do livro estava certo ou errado, mas nas novelas os telespectadores têm suas simpatias, seus ódios, seus códigos, torcem para que as vilãs sejam castigadas, e as heroínas, recompensadas, querendo que no final a justiça impere --apesar de na vida não ser exatamente assim o que acontece.

Confesso que vi apenas alguns capítulos de "Mulheres Apaixonadas" --tinha mulher demais para a minha cabeça--, mas tomei conhecimento da trama para escrever este texto.

O tempo em que as pessoas fingiam que não assistiam às novelas acabou há séculos, mas mesmo assim fiquei surpresa de ver tanta gente famosa e, teoricamente, muito ocupada --atrizes, apresentadoras de televisão, cantoras que além de gravar ainda têm tempo de posar para fotos sensuais--, todas ligadonas nas tramas do "feuilleton".

Nós, simples mortais, pensávamos que elas tivessem uma vida trepidante de festas, baladas, viagens e entrevistas e que novela fosse coisa de dona-de-casa. Ledo engano.

Elas não perdem nenhum capítulo da trama de Manoel Carlos, sabem os nomes de seus personagens e discutem a vida amorosa de todos eles como se se tratassem de pessoas íntimas.

Aliás, é fácil de entender: o tema principal de "Mulheres Apaixonadas" é o amor, e o amor, por mais que algumas tentem negar, costuma ser a razão de viver das mulheres.

Elas estão sempre esperando pelo "happy end", com direito a príncipe encantado e tudo, e torcem para que na novela isso aconteça, pois seria uma luz no final do túnel de suas vidas. Um final feliz, na telinha ou na telona, é sempre uma esperança para um coração solitário.

Do que captei --e olha que prestei muita atenção nos personagens--, para mim os únicos que devem ficar juntos (olha eu aqui, também dando palpite) são Raquel (Helena Ranaldi) e o marido, Marcos (Dan Stulbach). Um sádico e uma masoquista, ele gosta de bater, e ela, de apanhar (ou teria tomado alguma providência há muito tempo).

Existe casal mais perfeito? Esses têm todas as chances de serem felizes para sempre.
 

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