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08/10/2003 - 10h07

Feira do Livro de Frankfurt quer atrair público com eventos

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ROGÉRIO EDUARDO ALVES
da Folha de S.Paulo

A tradicional Feira Internacional do Livro de Frankfurt, cuja edição de número 55 começa hoje e vai até dia 13 próximo, parece mesmo estar querendo deixar sua fama de carrancuda. Sua sisudez não se explica apenas pela ascendência germânica, mas pela perspectiva dos negócios que dominam seus estandes. Mas não neste ano. A guinada para o popular é escancarada e parece definitiva.

A começar pela liberação de venda direta dos livros para os visitantes na segunda, último dia do evento. Até o ano passado, os estandes montados em Frankfurt estavam voltados exclusivamente para a exibição de amostras de títulos das editoras para negociação entre editores, livreiros e agentes literários. Em 2002, por exemplo, foram negociados 18.106 títulos.

Entre as curiosidades para chamar a atenção do público, e não apenas de homens de negócios, está a participação do escritor Paulo Coelho. A partir das 19h de sexta, o best-seller brasileiro tenta quebrar um recorde e entrar para o "Guinness Book". Ele autografa traduções de "O Alquimista" em 56 línguas diferentes, procurando, assim, realizar a maior sessão de autógrafos de edições em línguas estrangeiras de uma obra.

E esta não é a única tentativa de colocar a feira no famoso livro. O centro de histórias em quadrinhos (Comics Center) que funciona dentro dos pavilhões de Frankfurt tentará produzir a tira mais longa do mundo; o recorde atual é de 191,8 metros de comprimento.

Para a tarefa, serão convocadas 500 pessoas, entre "profissionais e amadores, adultos, adolescentes e crianças", como anuncia o site www.frankfurt-book-fair.com. Cada pessoa fará um dos quadros e depois, quando a história for publicada, receberá a tira completa, gratuitamente. Esses desenhistas participantes concorrem ainda a prêmios: duas passagens para Tóquio, no Japão.

É possível dizer que esse tipo de evento costuma acontecer em feiras desse tipo, mas não é todo dia que um Nobel de Literatura é responsável por abrir um baile.

Grass na pista

No sábado, Günter Grass, autor de "O Tambor", lerá seus poemas reunidos em "Últimas Danças" ("Letzte Tänze"). Depois da leitura, a música tomará conta do salão e o escritor fará a primeira dança. "A idéia de ligar as formas artísticas da literatura, da música e da dança veio do próprio autor, um dançarino entusiasta", explica o texto da programação.

Outra das novidades é o aumento no número de expositores. Neste ano, eles são 6.611 (contra 6.388 de 2002) originários de 104 países diferentes que garantem ao evento o título de maior feira de livros de mundo, e a maior de sua própria história, que começou em 1949. "Depois de um declínio doloroso no número de expositores entre 2001 e 2002, conseguimos aumentá-lo neste ano", diz o diretor do evento Volker Neumann, referindo-se aos reflexos dos atentados terroristas nos Estados Unidos sobre a participação em Frankfurt. Do Brasil, partiram para a Europa 34 editoras que devem ocupar o estande do país.

Na busca de recuperação da feira, estão programados mais de 2.500 eventos, não só literários, representando um incremento de 40% se comparado com os dados de 2002 --um outro recorde.

Mas a maior parte desses eventos estão mesmo sob a responsabilidade da Rússia, o país homenageado, que não só promove uma conversa virtual com os cosmonautas russo Yuri Maletshenko e norte-americano Edward Lu, em órbita na estação ISS, para o autor das melhores perguntas, mas preenche os estandes com exposições de artes plásticas e danças folclóricas.

Assim diversificada, a tradicional Feira do Livro de Frankfurt é capaz até de perder o título há anos consagrado de "feira dedicada aos negócios" e transformar-se numa opção de passeio já no ano que vem, quando vai homenagear a literatura árabe.

Com agências internacionais
 

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