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27/10/2003 - 20h45

Raoul Ruiz brinca com a loucura em "Naquele Dia"

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PEDRO BUTCHER
do Guia da Folha

A ironia de "Naquele Dia" já surge nos créditos iniciais, que o definem como "um filme helvético de Raoul Ruiz". Diretor de origem chilena, hoje radicado na França, Ruiz propõe um entendimento muito pessoal e provocativo do que seria a Suíça, o país que deu à humanidade, como diria Orson Welles, o relógio de cuco.

Misturando fábula política, drama criminal e comédia surreal, o diretor de "O Tempo Redescoberto" narra a história de uma jovem linda e louca (Elza Zylberstein), herdeira de uma fortuna. A família da moça contrata um assassino (Bernard Giraudeau) para se livrar dela, mas uma série de acontecimentos faz com que cada um dos integrantes da família morra, enquanto a jovem permanece vivíssima.

Ruiz brinca com a inocência da loucura, mas não com clichês. Ele é, sem dúvida, um dos diretores em atividade mais empenhados na fabricação da imagem: cada plano de seus filmes é elaboradíssimo, sofisticadíssimo, sem que isso resulte num efeito puramente estetizante.

Os filmes de Raoul Ruiz exigem atenção nos detalhes, sobretudo na forma como ele movimenta a câmera (o primeiro plano do filme é um show de virtuosismo). Mas cada movimento se faz necessário para o pleno funcionamento de uma obra marcada pela ironia inteligente e pela crítica política, numa visão aguda e pouco lisonjeira do que a Suíça representa no mundo de hoje.

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