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29/10/2003 - 08h47

Casal filma humilhações da história em "A Volta do Filho Pródigo"

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ALCINO LEITE NETO
Editor de Domingo

A música de Varèse troveja nas caixas acústicas da sala de cinema enquanto a tela exibe um branco total. É um prenúncio. Está chegando um tempo de guerra. A modernidade vai explodir a utopia. É o início de "A Volta do Filho Pródigo", espécie de segundo ato de "Operários, Camponeses", o filme anterior de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet. Um "terceiro ato" ainda terá lugar. Trata-se de "Os Humilhados", clímax e epílogo da trilogia.

"A Volta do Filho Pródigo/Os Humilhados" são exibidos um depois do outro e estão relacionados a "Operários, Camponeses" --todos eles baseados no livro "As Mulheres de Messina", de Elio Vittorini (1908-1966).

"Operários, Camponeses" mostrava a formação de uma comunidade de camponeses na Itália, num vilarejo, em 1944. Em "A Volta...", os personagens retornam para falar de sua relação com a terra e atualizar a experiência comunitária para o espectador. Em "Os Humilhados", recebem a visita de partisans armados, que vão tentar convencê-los a abandonar o local e tomar lugar na Itália que se reconstrói e se moderniza no final da Segunda Guerra.

Em "Os Humilhados", o cinema materialista e dialético dos Straub atinge sua excelência. As falas ricocheteiam umas nas outras, os camponeses defendendo sua autonomia, os partisans os convocando em nome do progresso, todos estáticos, num bosque indiferente à luta entre mito e história.

A cena final mostrará a resignação dos camponeses (humilhados) e a perseverança de sua resistência. O plano único dura menos de um minuto, mas levou um dia para ser filmado. É um réquiem minimalista, súmula maravilhosa da poesia política dos Straub.

Avaliação:

A Volta do Filho Pródigo/Os Humilhados

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