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30/10/2003 - 08h12

Experiências conduzem "Sexo: Feminino"

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BRUNO YUTAKA SAITO
da Folha de S.Paulo

Para os diretores Louis Alvarez e Andrew Kolker, o sexo é um espetáculo. Quando se trata do feminino, melhor: a história é engraçada e leve --e também com lances de romantismo e vingança.

"Sexo: Feminino", atração de hoje da Mostra, é um documentário produzido para a TV, mas que funciona bem em telas grandes --e aqui tamanho importa, sim. O risco de cair no banal ou no enfadonho era grande.

Os diretores entrevistaram 50 mulheres norte-americanas e incluíram o depoimento de 35. São um pequeno pelotão de sexagenárias, adolescentes, solteiras e lésbicas falando sem pudores, durante pouco mais de uma hora, sobre suas experiências sexuais.

"Queríamos fazer um retrato de como é a mulher comum. Nos EUA, há vários filmes sobre mulheres jovens e sexy, mas poucos para as outras", diz Alvarez. E são os depoimentos ora comoventes, ora esdrúxulos que tornam "Sexo" quase uma comédia de erros --com trechos cômicos de filmes mudos como vinhetas.

"Muitos documentários são sérios e sinceros demais; nosso filme explora um tema sério de uma maneira divertida", diz. Mesmo que em certos momentos "Sexo" lembre cartas de leitoras de revistas femininas, painéis maiores vão sendo criados. São pequenas histórias envolventes, reais, que não devem nada à ficção --"lição" do quadrinhista Harvey Pekar, retratado em "Anti-Herói Americano", também na Mostra.

Uma das personagens mais divertidas, por exemplo, é uma jovem negra, obesa e lésbica que vai à uma passeata pelo respeito às lésbicas e ri do ativismo feroz das participantes. "Bobagem, estou aqui só para caçar", diz.

Uma cinquentona relembra com saudades de um amante estrangeiro, que não falava o seu idioma. "Foi o melhor período da minha vida, e não conversávamos. Quando ele conseguiu falar umas palavras, foi para dizer que era casado e tinha família."

"Sexo" vem dividido em blocos, com temas como "virgindade", "sexo oral", "orgasmo". O tratamento é leve. Não se aborda, por exemplo, estupro. "Chegamos a entrevistar uma mulher que estava morrendo de Aids. Mas vimos que não funcionava no contexto."

Aspectos "negativos" são bolinados. Uma das mulheres é uma dona-de-casa que engravidou sem querer em sua primeira transa e perdeu o gosto pelo sexo. Como espécie de conclusão, o filme entrevista três casais, em rara aparição de um homem. Em comum, uma vida sexual intensa no início da relação que se torna uma quase abstinência com o tempo.

E qual é o perfil da tal "mulher comum norte-americana"? "Elas não sabem muito bem como lidar com a sexualidade. Somos bombardeados por imagens sexuais, mas ainda somos muito puritanos, e um monte de mulheres parece esconder sua sexualidade, especialmente as de menos de 40."

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