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06/11/2003 - 05h44

Maior prêmio de ficção estréia dividido

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CASSIANO ELEK MACHADO
da Folha de S.Paulo

O maior prêmio literário do país revelou, em cerimônia agitada, terça à noite, os vencedores de sua edição de estréia. O 1º Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira acabou em bola dividida. Os R$ 100 mil do primeiro lugar foram divididos entre Dalton Trevisan, com "Pico na Veia", e Bernardo Carvalho, colunista da Folha, por "Nove Noites".

Sebastião Uchoa Leite, com "A Regra Secreta", com os R$ 30 mil do segundo lugar, e "Horizonte de Esgrimas", do terceiro colocado Mário Chamie, que recebeu R$ 20 mil, completaram o "pódio".

Um corpo de jurados que começou com 400 convidados e se afunilou até sete críticos (Flávio Loureiro Chaves, Lucila Nogueira, Deonísio da Silva, Luiz Costa Lima, Beatriz Resende, Fábio Lucas e Ítalo Moriconi) escolheu os trabalhos do universo de todos os livros de ficção brasileira publicados pela primeira vez em 2002.

O Prêmio Portugal Telecom, que será anual, contempla contos, poesia ou romance, sem divisão. A lista dos premiados é exemplo.

"Pico na Veia" (Record), de Dalton Trevisan, 78, reúne 200 minicontos sobre o amor, a vida cotidiana, a violência. Arredio a aparições públicas, o chamado Vampiro de Curitiba não veio.

Já o outro primeiro colocado, "Nove Noites" (Companhia das Letras), de Bernardo Carvalho, 43, é um romance, mescla de realidade e ficção em história de um jornalista que reconstitui o que se passou com Buell Quain, antropólogo americano morto em 1939, aos 27 anos, na Amazônia.

Os outros premiados defendem a poesia. Uchoa Leite, 68, o "vice-campeão", reúne em "A Regra Secreta" (Landy) poemas coloquiais, que dialogam tanto com altos versos de Ricardo Reis quanto com histórias em quadrinhos.

"Horizonte de Esgrimas" (Funpec), de Chamie, 70, por sua vez, faz poesia em cima do amor, da religiosidade, da compaixão.

O poeta ficou próximo de não levar a distinção. Em um primeiro momento, o prêmio chegou a ser anunciado só para Carvalho, Trevisan e Leite. Os dois primeiros dividiriam R$ 130 mil (os R$ 100 mil previstos para o primeiro e os R$ 30 mil do segundo) e o terceiro ganharia os R$ 20 mil restantes.

Foi assim que uma auditora da multinacional Deloitte, que acompanhou o Portugal Telecom, chegou a anunciar.

Mas logo em seguida foi ao palco o presidente da Portugal Telecom, Eduardo Correia de Mattos, que disse que os dois vencedores dividiriam só os R$ 100 mil, cabendo o segundo lugar a Leite e o terceiro a Chamie. "Agimos com o regulamento", disse. "A auditoria se confundiu." Procurada pela Folha, a Deloitte não comentou o assunto até o fechamento desta edição.
 

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