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14/11/2003 - 08h52

Nova Orleans se consolida como caldeirão musical

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CARLOS CALADO
do Guia da Folha

O fato de Nova Orleans ter ficado conhecida mundialmente como "berço do jazz" passa uma impressão errônea da música cultivada nessa pitoresca cidade norte-americana e maior porto do Estado da Louisiana.

Qualquer turista que circule pelas ruas do French Quarter --bairro à beira do rio Mississipi, onde a cidade foi fundada por franceses, em 1718-- não demora a perceber que hoje o jazz é mais um ingrediente num caldeirão sonoro que inclui diversos gêneros, como o gospel, o blues rural, o rhythm'n'blues, o zydeco, o soul, o funk ou a música do Caribe.

Não foi à toa que o rótulo do jazz se colou de maneira tão definitiva à cidade. Ali nasceram ou viveram inúmeros dos jazzistas essenciais nas primeiras décadas do século 20, como os trompetistas Louis Armstrong, King Oliver e Bunk Johnson, o clarinetista Sidney Bechet, o pianista Jelly Roll Morton ou o baterista Baby Dodds, entre outros.

Mistura de culturas

Hoje, os historiadores tendem a caracterizar Nova Orleans mais como uma incubadora do que como o berço do jazz. A mistura de culturas promovidas na cidade por franceses, espanhóis, ingleses, italianos, alemães e escomo caldeirão musical lavos, além dos negros africanos conduzidos ao país como escravos, criou de fato um ambiente especial para que um gênero musical cosmopolita como o jazz se desenvolvesse ali. No entanto, traços dessa música também já existiam, simultaneamente, em outras regiões dos EUA.

De pioneira capital do jazz (até emprestou seu nome para o primeiro estilo definido desse gênero), Nova Orleans foi com o tempo assumindo mais sua variedade musical. Outros grandes músicos sobressaíram-se em diferentes gêneros, como os pianistas e precursores do rock'n'roll Professor Longhair e Fats Domino, como o eclético cantor e compositor Dr. John, como a banda de funk The Meters ou a hoje veterana banda pop The Neville Brothers. Sem falar no trompetista Wynton Marsalis (e sua família musical), que comandou ainda nos anos 80 uma onda internacional de revalorização do jazz.

Curiosamente, Nova Orleans ainda se mantém relativamente isolada do resto dos EUA em termos culturais. É por isso que até os norte-americanos de outras regiões se surpreendem com a grandiosidade do New Orleans Jazz & Heritage Festival, que acontece anualmente desde 1969. Só mesmo uma potência musical poderia exibir centenas de artistas e bandas locais, que não devem nada às melhores do mundo. Muitas até são superiores. "CC"

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