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06/09/2000 - 15h15

Filme sobre tráfico de drogas causa impacto em Veneza

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da France Presse
em Veneza

Com um filme impactante, baseado na novela do escritor colombiano Fernando Vallejo, "A virgem dos assassinos" ("La Virgen de los Sicarios"), o cineasta francês Barbet Schroeder apresentou ontem (5) o desolador inferno de Medellín na Mostra de Cinema de Veneza.

A obra foi recebida com aplausos pela platéia durante a projeção no Lido.

Filmado em Medellín, a segunda mais importante cidade da Colômbia, o filme concorre ao Leão de Ouro deste ano.

Schroeder (59), conhecido por sua colaboração com Jean-Luc Godard e Eric Rohmer, vive nos Estados Unidos há 15 anos, onde realizou "O mistério de Von Bulow", candidato ao Oscar em 1990.

Com "A virgem dos assassinos", ele conseguiu narrar a Medellín de hoje, onde a morte violenta se tornou algo normal.

"Quero que o espectador prove esse tipo de anestesia progressiva ante a violência que existe na Colômbia e que é vivida pelo protagonista do filme. Quem deseja sobreviver em Medellín tem que deixar de ser sensível progressivamente", disse Schroeder.

O filme, rodado em 40 dias, é uma adaptação fiel da novela homônima de Vallejo, que também é autor do roteiro do filme.

Primeiro longa-metragem da história do cinema filmado com câmera digital de alta definição, o filme mostra o encontro de um escritor profundamente cético e homossexual (Gérman Jaramillo), com um jovem assassino de 16 anos, de onde nasce um amor impossível seguido por uma série de assassinatos gratuitos.

"É uma história de amor, um bolero. Vai agradar alguns e agredir outros. Filmado em total liberdade, a qual não faltaram ameaças, motivo por que sempre me locomovi com guarda-costas armados para proteger a câmera, que vale mais de US$ 300 mil", contou Schroeder, que viveu na Colômbia quando criança.

"A Colômbia é um país com uma maravilhosa energia, com um senso de humor cheio de sarcasmo, com o qual me identifico. Também me identifiquei muito com o ceticismo de Vallejo, com o qual trabalhei muito no México por quase um ano. É que somos da mesma família intelectual. Foi muito emocionante e ao mesmo tempo divertido fazer este filme", disse Schroeder.

O filme, que mostra imagens panorâmicas de Medellín, tanto do centro antigo como dos pontos de invasão em cima das montanhas, é mais do que um apanhado de recordações de um escritor agoniado, mas um retrato da capital da droga, das crianças mendigando e dos assassinos, que festejam com fogos de artifícios quando os narcotraficantes conseguem entrar com um carregamento de drogas nos Estados Unidos.

"No filme, a dor dos personagens é a dor do país", disse o cineasta francês.

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