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23/11/2003 - 06h05

TV será como loja de discos, diz crítico

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CLÁUDIA CROITOR
Free-lance para a Folha de S.Paulo, do Rio

A era da audiência em massa na televisão está chegando ao fim. Em um futuro não tão distante, só grandes eventos como jogos de futebol, eleições, desastres é que terão as grandes audiências a que a TV está acostumada. O diagnóstico é do norte-americano Horace Newcomb, 61, professor de comunicação da Universidade do Texas (EUA), crítico de TV e diretor do George Foster Peabody Award, que premia programas de TV, rádio e outras produções.

Um dos participantes do 2º Encontro Internacional de Televisão --que acontece em dezembro em São Paulo (dias 2 e 3) e no Rio (dias 4 e 5), no Centro Cultural Banco do Brasil--, Newcomb vê a TV do futuro como uma espécie de livraria ou loja de discos, onde cada um escolhe o que lhe agrada.

"Com o aumento cada vez maior do número de canais, mais pessoas terão acesso a mais escolhas. A televisão não será "uma só coisa" a que as pessoas assistem ao mesmo tempo. As audiências serão menores, porque haverá muito mais opções segmentadas", disse à Folha Newcomb, autor do livro "TV: The Most Popular Art" (TV: A Arte Mais Popular) e editor da "Enciclopédia da Televisão", inéditos no Brasil.

Newcomb pretende tratar dessa segmentação no seminário, onde vai participar de um debate intitulado "O que É Televisão?", com a professora da ECA-USP e crítica de TV da Folha Esther Hamburger. Para Newcomb, ainda há muito a ser descoberto sobre a televisão.

Essa segmentação da programação, fruto talvez de uma maior regionalização do conteúdo da TV, aliada a produções independentes, será um dos principais temas em discussão no encontro.

"É normal ter dois canais grandes disputando audiência em um certo horário. O que é estranho é haver redes menores tentando copiá-los e com isso alcançar um ou dois pontos de audiência. Seria melhor ter programas segmentados, que possam parecer estranhos até, mas que atingiriam um público específico. É isso que pretendemos discutir", afirma Newton Cannito, presidente do Instituto de Estudos da Televisão, que organiza o encontro. "Ter 40 pontos no Ibope não é o único indicador de sucesso."

Horace Newcomb admite ser difícil definir o que é bom na televisão. "Programas de sucesso entre telespectadores muitas vezes não estão entre os preferidos das "outras pessoas". Quem decide o que é bom?", diz. Na sua opinião, entre os programas de qualidade atualmente estão séries como "Família Soprano" e "E.R." (ambas exibidas no Brasil, na TV paga). E no futuro da TV previsto por ele com certeza não vão faltar "realitiy shows".

"É mais barato para produzir, cria uma certa "interatividade" com a audiência. Apesar de a TV já estar saturada desse formato, ele veio para ficar."

Informações sobre o 2º Encontro Internacional de TV podem ser obtidas no site www.encontro.tv.
 

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