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24/11/2003 - 10h12

Escuta aqui: Michael Jackson está, mais uma vez, em maus lençóis

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ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
Colunista da Folha de S.Paulo

Quando você ler está coluna, Michael Jackson estará: a) preso; b) livre, depois de pagar fiança de US$ 3 milhões; c) foragido.

Escrevo com cinco dias de antecedência, por isso não tenho como saber. Mas não tem escapatória --das três, uma. Novamente, Michael Jackson é acusado de abusar sexualmente de um menor de idade.

Trata-se de um destino embaraçoso para um dos artistas mais conhecidos e bem pagos de todos os tempos. Jacko, 45, acumulou mais de meio bilhão de dólares durante a carreira. Deve ter torrado mais do que isso ao longo desse "freak show", que, no caso dele, hesitamos em chamar de "vida".

Já fez dezenas de plásticas no rosto, já casou com a enfermeira do cirurgião plástico, já casou com a filha de Elvis Presley, já teve filhos que ninguém sabe muito bem como e já pendurou um desses filhos --cuja existência era praticamente ignorada-- em uma janela de hotel em Berlim, na Alemanha.

A fama fritou os miolos de Jacko. Ele perdeu o controle sobre a vida, as finanças e a carreira. No mundo atual, talvez só uma outra personalidade se equipare a ele em termos de sandices autodestrutivas: o ex-campeão mundial de boxe Mike Tyson. Não é a melhor das companhias.

A pergunta inevitável: ser famoso e ter fortuna é ruim?

São muitos os exemplos de finais patéticos para carreiras que eram puro êxito.

Elvis Presley morreu balofo, inerte na cama. Nas raras vezes em que se levantava, era no meio da tarde, depois que lhe enfiavam algodões com cocaína líquida nariz adentro.

O ultratatuado Dennis Rodman, rei dos rebotes no basquete americano, encerrou a carreira precocemente. Vive hoje em uma casa apenas mais ou menos na Califórnia, afogado em drogas, tequila e dívidas.

John Lennon, antes de ser assassinado, passou muitos anos recluso no megapartamento do edifício Dakota, em Manhattan, improdutivo, subjugado pela heroína.

Seria preciso um espaço várias vezes maior do que "Escuta Aqui" para listar todos os astros que tiveram (ou estão a caminho de ter) um fim de vida e/ou carreira patético, em consequência direta da incapacidade de lidar com a fama.

E você, jovem leitor que se prepara para ter destaque em alguma área da atividade humana um dia, gostaria de ser fantasticamente rico? Fantasticamente conhecido? Os dois? Nenhum deles?

E, se você chegasse ao auge, saberia manter-se lá sem enlouquecer ou se autodestruir?

Claro, não dá para ter respostas agora. Mas é bom já ir começando a pensar.

BRASAS

Cuidado com o cover 1

Olha que louco. Na semana passada, recebi um e-mail de um jornalista que escreve sobre música. Trocamos algumas mensagens, até que ele me disse: "Olha, legal você ter respondido. Eu não tenho nada contra você, apesar do que rolou no meu blog". Epa! O que rolou? Blog? Que papo é esse?

Cuidado com o cover 2

Ele, então, explicou. Esse jornalista tem um blog onde, há algumas semanas, desceu o malho em "Escuta Aqui". Rolou muita discussão até que alguém, fazendo-se passar por mim, entrou na história e bateu boca com o citado jornalista. Só que não era eu! Eu nem sabia que ele tinha blog!

Leitor enlouquecido 1

Essa é mais louca ainda. Lucas Emerim Marques, leitor ponta firme, escreve porque quer doar uma cópia autografada do último CD dos White Stripes! A idéia dele é que eu promova algum concurso aqui na coluna, dando como prêmio o disquinho assinado por Meg e Jack White. Como é que pode?

Leitor enlouquecido 2

"Quero me livrar o quanto antes dessa bagaça", diz Lucas. É que ele pegou as assinaturas no hotel em que os WS ficaram no Rio. A Meg foi um doce, mas Jack deu autógrafo com tal má vontade e grosseria que Lucas pegou bronca do CD. Na semana que vem, eu digo se o sorteio vai mesmo rolar.

CD PLAYER

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Echo and the Bunnymen ao vivo

Grande show da velha banda em SP. Ian McCulloch não canta mais nada. Esqueceu a voz em alguma destilaria do Tennessee. Ainda assim, a qualidade dos músicos salvou a apresentação.

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"Last One in the World", Blondie

A melhor faixa do novo álbum da banda de Debbie Harry, que já foi a musa suprema da new wave americana. A canção parece que começa no meio, tal a vibração já nas primeiras notas.

Pause
"Curse of Blondie", Blondie

O álbum todo, no entanto, não merece mais do que Pause. Ficou no meio do caminho entre a new wave ortodoxa e uma sonoridade que faria o grupo soar mais moderno.

Álvaro Pereira Júnior, 40, é editor-chefe do "Fantástico" em São Paulo. E-mail: cby2k@uol.com.br

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