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25/11/2003 - 23h00

Filme de Bressane vence em Brasília e júri pulveriza outros prêmios

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MARCELO BARTOLOMEI
enviado especial a Brasília (DF)

O longa-metragem "Filme de Amor", do cineasta Julio Bressane, venceu o 36º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, eleito como o melhor entre outras cinco obras. O júri, diante de filmes de diretores consagrados como há muitos anos não se via no festival, decidiu pulverizar os outros prêmios.

Longa que mais dividiu o público do festival de cinema, "Filme de Amor", ganhou três troféus Candango (filme, fotografia e trilha sonora); ao lado de "Garotas do ABC", de Carlos Reichenbach, e de "Lost Zweig", de Sylvio Back, que também ganharam três estatuetas cada.

"O Signo do Caos", de Rogério Sganzerla, levou dois prêmios, entre eles o de melhor direção; e "Harmada", de Maurice Capovilla, ganhou um troféu. Pelo júri oficial, "Glauber - O Filme, Labirinto do Brasil", não obteve prêmios.

Divulgação
Cena de "Filme de Amor", de Julio Bressane, prêmio de melhor filme em Brasília
O poético filme de Bressane respira arte e coloca em questão o tabu por meio do prazer. Com Fernando Eiras, Bel Garcia e Josie Antello, se baseia no mito das Três Graças (a beleza, o amor e o prazer), por meio de três amigos que deixam suas vidas simples e medíocres para, aos finais de semana, realizarem suas mais intensas fantasias sexuais escondidos em um antigo casarão do Rio de Janeiro.

Ao subir ao palco para agradecer o prêmio de melhor filme, Bressane disse ter ficado surpreso. Chamou sua equipe e disse estar feliz. Momentos depois, voltou ao palco e disse que qualquer diretor poderia estar em seu lugar recebendo o prêmio. "Uma coisa é ser amado. Outra é ser o amado", afirmou.

Divulgação
Cena do enterro de Glauber Rocha, que está no documentário de Silvio Tendler
Júri popular

Como já era esperado, "Glauber - O Filme, Labirinto do Brasil", de Silvio Tendler, venceu o prêmio do júri popular. Templo de Glauber Rocha, a platéia do Cine Brasília, onde acontecem as exibições do festival, saudou o filme com muito entusiasmo em sua exibição, que aconteceu na quinta-feira passada.

"Glauber", um documentário revelador e didático para a nova geração e uma memória viva do cineasta brasileiro para quem já o conhece, também foi eleito o melhor filme do festival pela crítica especializada.

Outros prêmios

Festejado por seu papel em "Harmada", de Maurice Capovilla, o ator Paulo César Peréio recebeu dois prêmios do Festival de Brasília. O primeiro do jornal "Correio Braziliense", que escolhe o melhor momento do festival, e o segundo como melhor ator de longas-metragens.

No filme, ele interpreta um ator financeira e emocionalmente falido que reencontra alegria em uma jovem que ele trata como filha. O filme é uma ode ao teatro e contém cenas no próprio palco.

Já "Lost Zweig", de Sylvio Back, que obteve três prêmios no festival, é um filme sobre os últimos dias de vida do escritor austríaco Herr Stefan Zweig e de sua mulher, Lotte, no Brasil. Os dois morreram em circunstâncias ainda obscuras.

O filme, que tem belíssima fotografia e direção de arte, incomoda por colocar em xeque a história do Brasil no período de Getúlio Vargas, o Estado Novo, e por ser falado em inglês, com legendas em português.

"Garotas do ABC - Aurélia Schwazenega" é o primeiro de um projeto de seis filmes de Reichenbach sobre operárias do ABC paulista. O filme é um mosaico de personagens femininas bem construídas que mostra aspectos diferentes da vida de cada uma, da feminilidade ao sadomasoquismo, quebrando o preconceito contra a mulher negra e operária.

O filme de Reichenbach também tem um núcleo masculino, liderado por Selton Mello, que se opõe ao feminino por meio da violência.

Além de ter recebido um prêmio especial do júri pelo argumento desenvolvido pelo cineasta para o filme, "Garotas do ABC" ganhou com melhor ator-coadjuvante (para Ênio Gonçalves) e atriz-coadjuvante (para Vera Mancini). O filme também obteve uma menção-honrosa do Prêmio Andi, pelos direitos das crianças.

O jornalista Marcelo Bartolomei viajou a convite da organização do 36º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

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