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28/11/2003 - 14h43

Teatro La Fenice renasce das cinzas depois de destruído por incêndio

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da France Presse, em Veneza (Itália)

Devastado por um incêndio em janeiro de 1996, o famoso teatro La Fenice, de Veneza, renasce novamente com seu teto azul turquesa e os acabamentos em madeira trabalhada, pintada a ouro, e veludo vermelho, após ter sido totalmente reconstruído por uma equipe de especialistas.

Templo da música lírica, onde ainda ressoam as vozes de Maria Callas, Tebaldi, Pavarotti e onde Verdi e Rossini dirigiram suas obras-primas, o La Fenice será inaugurado com grande pompa em 14 de dezembro.

O teatro faz jus ao nome, tirado da fênix, ave mítica que renasceu das próprias cinzas após ter sido queimada em uma fogueira.

Construído em 1792 pelo arquiteto Gian Antonio Selva, sobre as ruínas de outro teatro que se incendiou, o Fenice foi destruído pelo fogo pela primeira vez em 1846, sendo reconstruído em menos de um ano.

Situado em pleno centro histórico, não muito longe do elegante Canal Grande, o teatro foi novamente devastado pelas chamas em 29 de janeiro de 1996, dias depois de sua reinauguração, após imponente restauração, deixando os venezianos inconsoláveis.

A complexa reconstrução do La Fenice atravessou várias etapas e despertou polêmicas e enfrentamentos entre administradores, magistrados e empresas.

A prefeitura da cidade, que desde o início prometeu que o La Fenice seria reconstruído "tal como era", organizou uma verdadeira festa para a inauguração e instalará bandeirolas com o emblema do teatro nas praças e pontes mais importantes da cidade, como São Marcos e Rialto.

A condição excepcional de Veneza, construída sobre as águas, levou os encarregados da reconstrução a trabalhar com engenhosos sistemas, instalando um guindaste gigante e transportando cimento através de tubulações externas.

Projeto

O projeto de reconstrução foi idealizado em 1997 pelo arquiteto italiano Aldo Rossi, que morreu sem saber o que seria feito e, contou com novos espaços subterrâneos, entre eles uma sala de ensaios e um reservatório de água para o combate a incêndios.

Os fundos liberados pelo governo italiano, além das doações vindas do de amantes da ópera de todo o mundo, como Woody Allen e Luciano Pavarotti, permitiram aos especialistas trabalhar livremente sob o lema "como era, onde estava".

A decoração das salas ficou a cargo de Mario Carosi, cenógrafo do San Carlo de Nápoless e do Scala de Milão, que se inspirou na rica documentação existente que se salvou do incêndio.

O baixo teto turquesa foi pintado utilizando a mesma técnica empregada por Michelângelo para os afrescos da Capela Sistina, com os artistas trabalhando deitados.

As madeiras talhadas e as molduras com folhas de ouro foram confeccionadas por artesãos de Treviso e Vincenza, junto com as quatro cariátides brancas das extremidades do teto que parecem sustentá-lo.

O comitê inglês "Save the Fenice" (salvem o Fenice), deu de presente a luminária e a centena de candelabros que iluminam as galerias distribuídas em cinco andares.

Tapeceiros de Veneza reproduziram os veludos, conseguindo os tons de vermelho venezianos das antigas tintas, enquanto as paredes cor salmão prestam homenagem à ave fênix com que são decoradas.

Uma pequena sala para um público restrito e o uso de uma maquinária cênica, definida como "a mais moderna do mundo", combinam técnica com tradição em um teatro que recebeu grandes músicos, como Richard Wagner e Igor Stravinski, ambos sepultados em Veneza.
 

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