Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/12/2003 - 08h37

"Demos poucos e primeiros passos", diz Gil

Publicidade

LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, concluiu que deu "apenas uns poucos e primeiros passos" no primeiro ano de sua gestão.

Em discurso anteontem, na Cinemateca de São Paulo, Gil afirmou que tem se "movido no horizonte do possível" e que as mudanças práticas deverão ocorrer a partir de 2004. O balanço se deu em festa organizada pelo ministério, com bufê de comida baiana, vinho brasileiro e guaraná.

De realizações concretas, Gil citou a reforma estrutural do ministério, a aproximação com o Congresso na busca por melhor orçamento para a cultura, dentre outras iniciativas específicas, como o lançamento de uma revista ("Nossa História"), publicada pela Fundação Biblioteca Nacional.

O ministro reconheceu que a reforma nas leis de incentivo, uma de suas prioridades, teve de ficar para o próximo ano. "Nossa previsão era para agosto. Não deu. Por um simples motivo: optamos pelo processo participativo."

Outro plano central, a transformação da Ancine (Agência Nacional de Cinema) em Ancinav (agregando a televisão) também não ocorreu. Antes do discurso, o ministro disse a jornalistas que "a TV pediu mais tempo". As redes fazem pressão para evitar que a lei as obrigue a patrocinar a produção cinematográfica.

Gil concentrou-se em afirmar uma mudança no conceito de cultura, antes, segundo ele, "elitista" e agora ligado à inclusão social. Mas reconheceu que é preciso um ministério de "resultados", "de discurso e ação". Assim, o balanço de 2003 acabou focando promessas para o próximo ano.

Gil afirmou, por exemplo, que "2004 assistirá a uma onda de BACs" (Bases de Apoio à Cultura), espécie de centros culturais comunitários que pretende instalar em diferentes cidades.

Após o discurso, Carlos Lopes, representante da ONU (Organização das Nações Unidas), entregou ao ministro uma avaliação do MinC. Disse que a análise é positiva, mas que é preciso transformar as mudanças conceituais em algo "tangível". Foi assinado um acordo de colaboração entre o MinC e o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), que prevê que o ministério receba auxílio de US$ 70 mil, além de apoio institucional.

Após a assinatura, Gil lembrou um show apresentado por ele na ONU, em setembro, em que o secretário-geral, Kofi Annan, tocou atabaque. "Valeu a pena chamar o secretário para tocar um tamborzinho na ONU", brincou.

Cinema

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto instalando o Conselho Superior de Cinema. O texto foi publicado anteontem no "Diário Oficial" da União. O grupo, formado por representantes do governo, da indústria cinematográfica e da sociedade civil, deverá definir políticas para o setor. Será presidido pelo ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Os nomeados da indústria cinematográfica como titulares são Roberto Farias, André Sturm, Gabriel Priolli, Giba Assis Brasil, Edina Fujii e Carlos Eduardo Rodrigues. Da sociedade civil, Carlos Augusto Calil, Sílvio Da-Rin e Cosette Alves serão titulares. Alves, presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca, afirmou anteontem, no evento do discurso de Gilberto Gil, que está otimista com a política do MinC.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página