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25/12/2003 - 04h16

Para censor, Guarnieri era "Lênin redivivo"

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da Folha de S.Paulo

O processo para obtenção do certificado de censura da peça "A Semente" (1961), de Gianfrancesco Guarnieri, ocupa sozinho um dos 450 volumes do arquivo salvo por Miroel Silveira. Cada um desses livros contém em média 15 processos.

Trata-se, aqui, de um capítulo à parte na pregação dos censores. Guarnieri, hoje com 69 anos, vinha de tocar em feridas da realidade sociopolítica do país em peças como "Gimba" (1959).

O seguinte trecho dos pareceres é emblemático. "Para os comunistas, a instituição que deve ser combatida com veemência e intransigência é o [sic] policial, porque constitui a ação coercitiva que impede a propagação do ideal vermelho. Isso o autor consegue com maestria. Parece um Lênin redivivo. (...) Guarnieri, nesta peça, expõe matéria perigosa.

A representação é prejudicial", afirma o então responsável pela Delegacia Especializada de Ordem Social, Benjamin Raymundo da Silva, em despacho de 17 de abril de 1961.

Mas Guarnieri entrou em acordo com o Departamento de Diversões Públicas: a montagem poderia acontecer, mas só no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC).

O pano subiu a 28 de abril de 1961, no TBC, sob direção de Flávio Rangel.
 

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