Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
01/01/2004 - 05h01

Versão de longa mexicano perde ao apostar em globais

Publicidade

TIAGO MATA MACHADO
Crítico da Folha de S.Paulo

Zona sul carioca: dois apartamentos de classe média alta, um de frente para o outro, dois casais em crise, um invejando o outro. O esquema pode lembrar "Os Normais", outra produção recente da Globo Filmes, mas sua verdadeira origem é o sucesso mexicano "Sexo, Pudor e Lágrimas". "Sexo, Amor e Traição" excluiu o pudor e as lágrimas do título, mas se manteve uma cópia fidedigna, ainda que um tanto desleixada, feita às pressas para as férias.

Tudo começou como uma peça caça-níquel escrita e dirigida pelo mexicano Antonio Serrano, em torno de um velho filão do teatro popular: a guerra entre os sexos. Serrano levou seu sucesso teatral para as telas, adaptando o texto ao bê-á-bá do paralelismo (clássico) do cinema narrativo e amparando-se em astros das novelas locais. Atingiu as maiores bilheterias do cinema mexicano.

A fórmula é repetida na versão brasileira, cujo elenco, inteiramente global, é encabeçado por dois dos atores principais da atual novela das oito e dirigido por Jorge Fernando, diretor de TV que estréia no cinema.

Malu Mader é uma fotógrafa em crise com a desatenção do marido escritor (Murilo Benício). Fábio Assunção é o ex-namorado dela --um mochileiro hedonista vivido com maior inspiração pelo teleastro mexicano Demián Bichir na versão original-- que chega ao apartamento do casal para temperar a relação.

Na janela em frente, um publicitário yuppie (Caco Ciocler) em crise com a mulher (Alessandra Negrini), modelo amadora e dondoca, hospeda a ex-namorada (Heloísa Perissé). A simetria das situações completa-se quando, eclodida a crise, o yuppie migra para a casa do escritor, e a fotógrafa, para a da modelo. Formam-se um clube do Bolinha e outro da Luluzinha, único momento em que se faz notar alguma diferença entre a versão brasileira e o original.

"Sexo, Amor e Traição" está abaixo do padrão de eficiência narrativa e de excelência de produção que os filmes comerciais brasileiros vêm demonstrando. A produção é uma aposta alta e arriscada no poder de atração dos globais. Aposta que, como tem sido comum à TV brasileira, firma-se mais em cima dos dotes físicos dos atores do que em seus talentos dramáticos.

Avaliação:

Sexo, Amor e Traição
Produção:
Brasil, 2003
Direção: Jorge Fernando
Com: Fábio Assunção, Malu Mader, Murilo Benício, Alessandra Negrini
Quando: a partir de hoje nos cines Bristol, Morumbi, e circuito
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página