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25/01/2004
-
03h33
GUILHERME GORGULHO
da Folha Online
São Pedro não deu trégua a São Paulo nem na festa de aniversário da cidade. Sob uma insistente garoa, o cantor e compositor Caetano Veloso liderou o empolgante show que deu início às festividades dos 450 anos da capital paulista nesta noite de sábado.
Todo de branco, Caetano começou a apresentação sozinho ao violão, conquistando imediatamente os cerca de 35 mil espectadores presentes, segundo dados da Polícia Militar. A organização do evento estimou o público em 70 mil pessoas.
"Força Estranha" foi a música de abertura do show, seguida de inúmeras homenagens à capital paulista, como "Saudosa Maloca", de Adoniran Barbosa, e a clássica "Ronda", de Paulo Vanzolini, que serviu de inspiração para a "Sampa" de Caetano.
Público
O público se mostrou animado desde o princípio na esquina das avenidas Ipiranga e São João, mostrando seu amor à cidade mesmo debaixo de chuva.
Ainda sozinho no palco, Caetano fez um elogio à cantora Rita Lee, que fez críticas a São Paulo e aos paulistanos na última semana durante turnê no Rio de Janeiro.
"Que beleza, que alegria, que emoção profunda estar aqui, na terra de Rita Lee", e emendou "Agora Só Falta Você".
Confissão
"Posso dizer com toda a simplicidade, essa terra me deu tudo", declarou o compositor baiano antes de chamar ao palco o primeiro convidado da noite. Neste momento, Caetano foi interrompido pelo público que gritava: "Aumenta o som". Incomodado, Caetano disse: "Acho que as pessoas aqui estão tão viciadas com som alto", e anunciou a participação de Jair Rodrigues.
Jair abriu sua participação com "Perfil de São Paulo", de Bezerra de Menezes. "Esse é o homem", disse Caetano elogiando o cantor paulista.
Em seguida, a dupla emendou uma seleção de canções do programa "O Fino da Bossa", estrelado por Jair Rodrigues e Elis Regina nos anos 60.
Depois foi a vez do músico José Miguel Wisnik dar sua contribuição para a festa de São Paulo. Junto a Caetano, Wisnik tocou "Assum Branco".
Na seqüência, Caetano chamou ao palco "um dos representantes da nova geração de talentos paulistas", o cantor e compositor Jair Oliveira, que tocou a sua "Uma Outra Beleza".
Sampa
Cinco minutos após a meia-noite, Caetano parou tudo para cantar o início de "Sampa", de 1978, em versão à capela, acompanhado somente pelo coro do público.
Entusiasta da cultura hip hop, o mestre de cerimônias da noite convidou Rappin' Hood para subir ao palco. Junto do rapper, Caetano embalou uma inusitada versão do clássico "Odara" misturada com rap.
O ex-titã Nando Reis conquistou o público com sucessos como "O Segundo Sol", "Relicário" e "Os Cegos do Castelo".
Nando Reis "representa o momento em que o rock'n'roll do Brasil amadureceu e se afirmou", disse Caetano antes de dar um beijo na boca do ex-titã.
Resposta a Rita Lee
"Mais do que tudo, quem merece parabéns é o povo desta cidade", comemorou Nando. "Não sei se é festa ou se não é festa, mas é o que a gente sabe fazer de melhor, que é se divertir", declarou Nando em referência às críticas de Rita Lee de que os paulistas não sabem fazer festa.
A surpresa da noite ficou a cargo da participação do ministro da Cultura e parceiro de longa data de Caetano, Gilberto Gil. O público vibrou com a pequena participação de inesperada de Gil, que cantou "Desde que o Samba é Samba" junto com o parceiro.
"No momento em que ele [Caetano] reafirmou aqui a sentença de que São Paulo tinha dado tudo a ele, eu estava pensando sobre o que falar. Se São Paulo deu tudo a ele, e ele também deu tudo a mim, então São Paulo me deu tudo também", disse Gil.
Caetano Veloso também lembrou dos aniversários de seu filho Tom, que faz sete anos neste domingo, e do compositor Tom Jobim, que foi homenageado com "Chega de Saudade".
"O nome da solução do problema 'Brasil' é São Paulo feliz", afirmou Caetano antes de chamar todos os paulistas de volta ao palco para encerrar o show com três músicas: "Lampião de Gás", de Zica Bergami, "Sampa" e "São São Paulo", de Tom Zé.
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da Folha Online
São Pedro não deu trégua a São Paulo nem na festa de aniversário da cidade. Sob uma insistente garoa, o cantor e compositor Caetano Veloso liderou o empolgante show que deu início às festividades dos 450 anos da capital paulista nesta noite de sábado.
Todo de branco, Caetano começou a apresentação sozinho ao violão, conquistando imediatamente os cerca de 35 mil espectadores presentes, segundo dados da Polícia Militar. A organização do evento estimou o público em 70 mil pessoas.
"Força Estranha" foi a música de abertura do show, seguida de inúmeras homenagens à capital paulista, como "Saudosa Maloca", de Adoniran Barbosa, e a clássica "Ronda", de Paulo Vanzolini, que serviu de inspiração para a "Sampa" de Caetano.
Público
O público se mostrou animado desde o princípio na esquina das avenidas Ipiranga e São João, mostrando seu amor à cidade mesmo debaixo de chuva.
Ainda sozinho no palco, Caetano fez um elogio à cantora Rita Lee, que fez críticas a São Paulo e aos paulistanos na última semana durante turnê no Rio de Janeiro.
"Que beleza, que alegria, que emoção profunda estar aqui, na terra de Rita Lee", e emendou "Agora Só Falta Você".
Confissão
"Posso dizer com toda a simplicidade, essa terra me deu tudo", declarou o compositor baiano antes de chamar ao palco o primeiro convidado da noite. Neste momento, Caetano foi interrompido pelo público que gritava: "Aumenta o som". Incomodado, Caetano disse: "Acho que as pessoas aqui estão tão viciadas com som alto", e anunciou a participação de Jair Rodrigues.
Jair abriu sua participação com "Perfil de São Paulo", de Bezerra de Menezes. "Esse é o homem", disse Caetano elogiando o cantor paulista.
Em seguida, a dupla emendou uma seleção de canções do programa "O Fino da Bossa", estrelado por Jair Rodrigues e Elis Regina nos anos 60.
Depois foi a vez do músico José Miguel Wisnik dar sua contribuição para a festa de São Paulo. Junto a Caetano, Wisnik tocou "Assum Branco".
Na seqüência, Caetano chamou ao palco "um dos representantes da nova geração de talentos paulistas", o cantor e compositor Jair Oliveira, que tocou a sua "Uma Outra Beleza".
Sampa
Cinco minutos após a meia-noite, Caetano parou tudo para cantar o início de "Sampa", de 1978, em versão à capela, acompanhado somente pelo coro do público.
Entusiasta da cultura hip hop, o mestre de cerimônias da noite convidou Rappin' Hood para subir ao palco. Junto do rapper, Caetano embalou uma inusitada versão do clássico "Odara" misturada com rap.
O ex-titã Nando Reis conquistou o público com sucessos como "O Segundo Sol", "Relicário" e "Os Cegos do Castelo".
Nando Reis "representa o momento em que o rock'n'roll do Brasil amadureceu e se afirmou", disse Caetano antes de dar um beijo na boca do ex-titã.
Resposta a Rita Lee
"Mais do que tudo, quem merece parabéns é o povo desta cidade", comemorou Nando. "Não sei se é festa ou se não é festa, mas é o que a gente sabe fazer de melhor, que é se divertir", declarou Nando em referência às críticas de Rita Lee de que os paulistas não sabem fazer festa.
A surpresa da noite ficou a cargo da participação do ministro da Cultura e parceiro de longa data de Caetano, Gilberto Gil. O público vibrou com a pequena participação de inesperada de Gil, que cantou "Desde que o Samba é Samba" junto com o parceiro.
"No momento em que ele [Caetano] reafirmou aqui a sentença de que São Paulo tinha dado tudo a ele, eu estava pensando sobre o que falar. Se São Paulo deu tudo a ele, e ele também deu tudo a mim, então São Paulo me deu tudo também", disse Gil.
Caetano Veloso também lembrou dos aniversários de seu filho Tom, que faz sete anos neste domingo, e do compositor Tom Jobim, que foi homenageado com "Chega de Saudade".
"O nome da solução do problema 'Brasil' é São Paulo feliz", afirmou Caetano antes de chamar todos os paulistas de volta ao palco para encerrar o show com três músicas: "Lampião de Gás", de Zica Bergami, "Sampa" e "São São Paulo", de Tom Zé.
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