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30/01/2004 - 07h14

Marcelo Nova critica "pobreza" do momento

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SHIN OLIVA SUZUKI
da Folha de S.Paulo

Berço do Camisa de Vênus e amanhã palco da primeira reunião após sete anos de silêncio da banda --que deve começar a se reagrupar de forma esporádica-- Salvador não é exatamente fonte de inspiração para Marcelo Nova, do mesmo modo como tem servido para alguns de seus conterrâneos famosos.

"Eu tenho muito mais um laço afetivo com algumas pessoas do que propriamente um vínculo cultural com Salvador. Sempre quis ir embora porque nunca me senti integrante do ufanismo baiano e dessa pretensa impressão digital em que tudo pode ser identificado e codificado sob a égide do misticismo, do axé e da magia."

Para o cantor, os estereótipos que cercam a Bahia acabam por asfixiar o próprio desenvolvimento social da região: "Não se coloca diante desta rotulação o desejo de lutar por algo. Contanto que você tenha a bunda de alguém mexendo ou esteja bêbado atrás de um trio elétrico, está tudo bem. É um conceito avalizado pela mídia, pelos homens de marketing. Tornou-se "big business'".

Os negócios, para Nova, também tomaram conta do atual cenário do mercado fonográfico de maneira que não há segundas chances e espaço para o desenvolvimento de carreiras musicais.

Algo bastante diferente do que aconteceu com o Camisa de Vênus, que após a saída da Som Livre, não se abalou. O grupo manteve a postura e encontrou abrigo no próprio mercado; ganhou dois discos de ouro e um de platina.

"Se não acertar no primeiro disco, não tem segundo. E o pior é que o acerto é visto pelo viés estritamente comercial", afirma.

A falta de brilho da atual geração de bandas tampouco contribui para o cenário musical atual, onde Marcelo Nova identifica uma grande pobreza lírica. "Falando de uma forma geral falta sustança no texto. Olho para um lado, olho pro outro, e é uma falta de qualidade nas letras. Surgiu uma geração que não lê nada, que não adquiriu o hábito da leitura", diz o músico.

E quem se salva na safra? Charlie Brown Jr., cujo "Acústico" o cantor do Camisa de Vênus fez participação especial? "Descobri em Chorão uma pessoal maravilhosa, muito generosa, alguém que pensei que eu não encontraria no mundo do rock", diz. Mas musicalmente? "Não sei se é bom ou ruim, mas eles me parecem autênticos, no sentido de eles terem criado sua própria sonoridade. Tem dezenas de bandas copiando o som deles". Depois, ele faz um esforço para se lembrar de outros nomes e cita os gaúchos do Walverdes como nome que lhe chamou a atenção.

Marcelo Nova diz não estar passando o bastão do confronto para ninguém. Mas, ao mirar o impacto provocado por sua banda, faz a convocação: "Depois de tudo que o Camisa provocou em Salvador, de polêmica, discussão, interrogações, contradições, respostas e às vezes ausência de respostas, agora é preciso que venha alguém".

FESTIVAL DE VERÃO SALVADOR 2004
Onde:
Parque de Exposições de Salvador (av. Luiz Viana Filho, s/n, Itapuã, Salvador, tel. 0/xx/11/241-0001)
Quando: até domingo
Quanto: de R$ 40 a R$ 80 (veja a programação completa do evento no site www.globo.com/festivaldeverao

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