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01/02/2004 - 13h17

Artistas e estilistas se unem para o mercado

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ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha de S.Paulo

A cultura da moda está intrinsecamente relacionada ao culto da celebridade. Desde os anos 90, quando "marketing" passou a fazer parte do vocabulário de estilistas, na era instalada por Tom Ford à frente da Gucci, as coisas começaram a mudar.

Antes disso, as próprias editoras de moda sentadas à primeira fila é que eram (e ainda são) as celebridades. O poder de uma editora importante, onde ela se senta, onde estão seus assistentes, quem está do lado de quem.

Essa mágica do "sitting" (o mapa dos assentos) faz parte da engrenagem de um desfile tanto quanto a roupa.

Aos poucos, os artistas começaram a perceber o imenso potencial de exposição proporcionado pela moda. Por outro lado, os estilistas começaram a se beneficiar por terem determinado ator ou tal cantora vestindo suas peças --como recentemente aconteceu com John Galliano e Nicole Kidman. Grifes como Giorgio Armani e Versace sempre estiveram coladas nesse fenômeno.

Aqui no Brasil, numa cultura de moda recente, as celebridades também fazem parte da moda. Freqüentam os corredores dos desfiles e disputam flashes nas primeiras filas. Às vezes, até desfilam --para preguiça total dos profissionais da moda, já que o consenso é que as celebridades "distraem" a atenção do desfile e causam histeria na mídia "off fashion", não especializada.

No Rio, até algumas temporadas atrás, todo desfile tinha que ter uma/um globete da hora. Essa idéia se suavizou, como em SP, mas é verdade que os eventos das duas cidades ainda caem de encanto pela fama. As participações de Paris Hilton, Elettra Rosselini (filha de Isabella Rosselini), Rodrigo Santoro e a penca de celebrities no desfile da Zoomp nesta estação são prova disso.

A ação de marketing da Forum, ao colar no sucesso da novela "Celebridade", é, por sua vez, uma das grandes peças recentes da publicidade relacionada à moda. A gravação de um capítulo da novela das oito da Globo em pleno São Paulo Fashion Week trouxe impacto e confundiu a cabeça do público da moda.

"Vamos transformar isso em realidade", disse o publicitário Drausio Gragnani, que concebeu a campanha, que será lançada no dia em que o capítulo da novela for ao ar, em março. A ação se deu por intervenção de Malu Mader, que teria feito questão de que a coisa toda fosse gravada in loco.

Não é a primeira vez que um desfile aparece numa novela, mas o inédito é o mix, que já em 94 causou frisson bilateral com os fashionistas em "Prêt-à-Porter", de Robert Altman. A confusão toda serve, no mínimo, para colocar a moda (mais ainda) na boca do povo. E o mercado se beneficia disso. Independentemente de quanto custou, e para que bolso.
 

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