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13/02/2004 - 18h29

Veja dica de 15 filmes imperdíveis e 10 "perdíveis" em cartaz

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RICARDO FELTRIN
Editor da Folha Online

Veja abaixo uma lista de 25 filmes: 15 que você deve assistir e 10 que você não deve perder tempo e dinheiro. Para cada um há uma "minicrítica", tão subjetiva como esta lista (já que é feita mediante opinião pessoal). De qualquer forma vale como dica para saber o que vale a pena assistir (ou não) neste final de semana.

O que vale a pena ver?

Dogville (idem) - Aos 30 minutos do primeiro tempo, alguns espectadores se perguntam: "Mas o que é isso? O que estou fazendo aqui?" Tenha calma, aquiete-se e fique até o fim das três horas desse impressionante e inesquecível filme de Lars von Trier. Alguns críticos acusam a trama de "manipulativa" e/ou obcecada e fundamentada num suposto antiamericanismo. Balela. Ignore tudo isso e vá assistir. O final faz um bem enorme ao fígado da platéia.

Invasões Bárbaras (Les Invasions Barbares) - É bem interessante inverter a lógica e assistir primeiro a "Invasões" e só depois ver "O Declínio do Império Americano", o primeiro episódio deste drama contemporâneo de Denys Arcand. Mesmo tendo sido feitos com cerca de 17 anos de distância, são histórias perfeitamente casadas e compreensíveis, independentemente da ordem que você as assistir.

21 Gramas (21 Grams) - Alguém já disse que esse filme deveria se chamar "21 toneladas", que é o peso da pancada que ele dá no público. Uma história de violência, sim, mas com uma edição tão perfeita que a torna digesta (embora não reduza seu peso).

Escola do Rock (School of Rock) - Pelas chamadas antes da estréia, parecia mais um filmeco teen. Não é. Pelo contrário. É muito bom. O professor pilantra (Jack Black) estende sua aula até para o público que não gosta de rock'n'roll. As crianças coadjuvantes são um espetáculo à parte (especialmente o garoto guitarrista), assim como o filme já tem a grande trilha sonora deste século. Não perca! Não perca!

Lance de Sorte (The Good Thief) - Tem sessões de pré-estréia apenas na madrugada de sábado (no Santa Cruz e no Arteplex). Desnecessário elogiar a atuação de Nick Nolte. Elogiável mesmo é o roteiro, que foge da mesmice dos filmes de cassinos e jogadores, além de dar ao público um final inesperado e sensacional.

Sob o Sol de Toscana (Under the Tuscan Sun) - Mais uma surpresa. Tudo levava a crer que seria um filmezinho meia-boca e água com açúcar, uma comédia romântica tola e vazia. Mas não, tem diálogos belos, um roteiro coeso e uma fotografia (com trocadilho) de encher os olhos. Vá lá, como todo romance "Sob o Sol de Toscana" realmente é adocicado... Mas é muito acima da média, em todos os sentidos.

Adeus, Lênin (Good Bye, Lenin) - Alguns críticos vêem elementos "fellinianos" nesta comédia alemã. É provável. Há realmente um "quê" do nonsense e bom humor italianos nas quase duas horas deste filme, sobre uma comunista fanática que entra em coma e volta "ao ar" durante a queda do muro de Berlim.

Encontros e Desencontros - Neste caso, alguns críticos ficam se debatendo se o filme é ou não é bom, se merece ou não merece concorrer ao Oscar e coisa e tal. Não dê ouvidos, pegue sua pipoca e entre na sala. Esta é uma história delicada e bela, longe do lugar-comum das comédias românticas hollywoodianas. O final também divide --só que dessa vez só o público: é um final feliz ou infeliz? Tire sua própria conclusão.

Encantadora de Baleias - Pode anotar que este vai passar primeiro na "Tela Quente" e mais tarde (e durante anos) na "Sessão da Tarde". Será o novo "Feitiço de Áquila" da Globo. Mesmo assim vale a pena. Não há truques ou táticas de montagem (como em "21 Gramas" ou "Sobre Meninos e Lobos"). Também não tem mistérios a serem revelados (como no insosso "Revelações"). O roteiro é linear, quase óbvio. Pode levar os filhos adolescentes que eles também vão gostar.

Narradores de Javé - Outro filme sem surpresas e sem pretensões. E essa é justamente sua maior qualidade. A despretensiosa proposta da diretora Eliane Caffé, que só queria contar uma história. E ela teve a sorte de ter José Dumont como "contador". Texto divertido, trama leve, final inteligente.

O Último Samurai - O duro mesmo é ver pessoas que não assistiram ao filme torcerem o nariz. "O quê? Tom Cruise? Eu, hein? Tô fora!" Típica reação preconceituosa e tacanha. O filme (sobre o real significado da palavra "honra") é grandioso desde a primeira cena. Você não sente que desperdiçou seu dinheiro com o ingresso, e nem suas lágrimas (muita gente sai chorando da sala, vale observar).

Mestre dos Mares - O lado mais distante do mundo (Master and Commander) - O título imenso (em português) faz jus às quase duas horas e meia deste "épico Marlboro" (só aparecem mulheres em uma única e fugaz cena). A química entre Russel Crowe e Paul Bettany (que também está em "Dogville) é a ideal e a tradução da história (como já observou Luis Fernando Veríssimo) parece ter sido o 13º trabalho de Hércules.

Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei (The Lord of Rings - The Return of the King) - Não há muito o que dizer sem usar palavras como "espantoso", "maravilhoso", "impressionante", "fantástico". Se não levar o Oscar dessa vez, podem chamar o Frodo de volta.

Seabiscuit - Alma de Herói (Seabiscuit) - Outro filme achincalhado pela crítica e que parece ter sido feito para a "Sessão da Tarde". Isso não tira seus enormes méritos de fotografia, roteiro e trilha sonora (que é linda, linda e linda). Um filme daqueles com "moral da história" e cenas inesquecíveis. Água com açúcar, mas, ainda assim, belo.

O Outro Lado da Cama (El Otro Lado de la Cama) - Poderíamos resumir dizendo que é um musical sobre as relações instáveis entre dois casais e dois amigos inseparáveis, que acabam se envolvendo cada qual com a mulher do próximo. Mas a história é muito mais engraçadinha que isso. Sem contar que temos o tempo todo um "colírio" que atende pelo nome de Paz Vega...

O que não vale a pena ver?

O Sorriso da Mona Lisa (Mona Lisa Smile) - Filme chinfrim, quase de dar pena. A história, a trama e a atuação de Julia Roberts (sempre com olhinhos marejados) são de embrulhar o estômago de quem gosta de cinema. Sem graça, sem sal. Uma bobagem. Não perca seu rico dinheirinho nessa asneira sobre a hipócrita sociedade americana dos anos 50 (e 60, 70, 80, 90...)

Terra de Sonhos (In America) - Sabe aqueles filmes que têm uma criancinha "mala" que se torna o centro das atenções do diretor e que ensina a todos uma lição de vida dentro de sua inocência sagaz? Bleargh! Pois é, o ridículo "Terra de Sonhos" é assim. Grosseiramente manipulador de emoções, é uma bobagem que não vale a pena perder tempo (e muito menos o seu dinheiro).

Cold Mountain (idem) - Há uma cena grandiosa, quando o Norte explode um paiol e tenta atacar os rebelados do Sul, em plena Guerra da Secessão nos EUA. Eles caem numa armadilha e um personagem diz algo assim, enquanto atira a esmo, para matar: "Estão encurralados como perus para o abate". Isso é tudo o que fica na memória desse filme tedioso, com uma repetitiva Nicole Kidman no papel da moça mimada que vira dona do próprio nariz devido às circunstâncias terríveis do destino. Bah!

O Tango e o Assassino (Assassination Tango) - Robert Duvall deveria entender que é hora de tirar o time de campo. Nesta história ele consegue ser mais canastrão que qualquer ator argentino brega. Um horror com quase duas horas. Com uma péssima fotografia, aliás...

Lugar Nenhum da África (Nowhere in Africa) - Histórias do holocausto, de fugas do holocausto e da perseguição aos judeus na 2ª Guerra grassam no cinema. Só que algumas não tem a menor graça e parecem forçadamente transformadas em épicos. É o caso de "Lugar Nenhum..." Muita propaganda para pouquíssimo conteúdo.

Um Show de Verão (idem) - O que dizer de um filme que começa com merchandising, continua com merchandising e termina com merchandising? O que dizer? Foooooooora! Xô!

Mansão Mal-Assombrada (The Haunted Mansion) - Estrelas de Hollywood de vez em quando devem dizer: "Acho que vou ganhar uma graninha extra fazendo um filme para a garotada!" O pior é que esta reportagem foi assistir à versão dublada. Puá!

Swimming Pool (idem) - Com excecão da belíssima Ludivine Sagnier (que faz topless em metade do filme) esta história não tem mais nada que preste. O roteiro perde a mão completamente quando um determinado "segredo" vem à tona. Dali em diante é só sandice e bobagem.

Monge à Prova de Balas (Bulletproof Monk) - Fizeram tanta propaganda, demoraram tanto para a estréia deste filme no Brasil... e é essa porcaria sem graça? O "Terno de 2 bilhões de Dólares", com Jackie Chan, dá de 10 a 0 em termos de enredo.

Revelações (The Human Stain) - Oh, não! Nicole Kidman de novo, agora no papel de uma mulher com passado nebuloso e "piranhesco"? E Anthony Hopkins acha mesmo que passa por um homem de menos de 60 anos de idade? Por favor! Queriam fazer um drama ou ficção científica?
 

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