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18/02/2004
-
07h09
LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Em encontro com cineastas, a diretora-geral da Globo, Marluce Dias da Silva, defendeu que a TV receba incentivo do governo para produzir "conteúdo nacional".
A declaração foi dada nos dois almoços que a emissora realizou para receber um grupo de mais de 30 representantes da indústria cinematográfica nacional, nos últimos dias 5 e 6, no Projac (central de estúdios da Globo, no Rio). A recepção durou mais de dez horas e incluiu até visita à cidade cenográfica da novela "Celebridade".
Por trás do clima cortês, o convescote teve por objetivo angariar apoio da classe em duas das principais empreitadas políticas da Globo: 1) evitar que o governo obrigue as TVs a exibir cotas mínimas de programação regional e produção independente; 2) impedir a taxação da TV para fomento da indústria cinematográfica.
Esses dois "fantasmas" que assombram a Globo estão sendo debatidos pelo governo federal. Poderiam vir à tona na transformação da Ancine (Agência Nacional do Cinema) em Ancinav (do Audiovisual, incluindo as TVs).
Para organizar os almoços, Marluce contou com a assessoria do veterano Roberto Farias, membro do recém-criado Conselho Superior de Cinema (acima da Ancine) e pai de Maurício Farias, diretor da série global "A Grande Família". Para parte do setor, a Globo defenderá seu nome para a presidência da futura Ancinav.
Quando Marluce defendeu leis de incentivo para que as TVs produzam "conteúdo nacional", Farias disse achar justo fomento até para telenovelas. Farias e Marluce dividiram os cerca de 30 cineastas em dois grupos. Estavam presentes Luiz Carlos Barreto, Cacá Diegues, Sandra Werneck, Lucy Barreto, Walter Lima Jr., Alain Fresnot, Paula Lavigne, Diler Trindade, Hugo Carvana, Gustavo Dahl, Aníbal Massaíni, entre outros.
Eles chegaram ao Projac por volta das 10h. Após um "tour" por estúdios, foi servido um almoço. Das 15h30 às 20h30, aconteceu a reunião com Marluce.
A diretora-geral fez uma longa exposição sobre os investimentos da emissora em produção nacional. Dentre os exemplos, citou a parceria com a produtora O2, de Fernando Meirelles ("Cidade de Deus"), para a série "Cidade dos Homens". Várias vezes falou em "defesa do conteúdo nacional", afirmou que a Globo faz isso por idealismo, amor ao país.
Disse que o Canal Brasil (do qual é sócia) está "no vermelho", mas continuará no ar por exibir produções brasileiras. Tentou convencer o grupo de que a Globo está aberta à produção independente. "Falem com o Cadu", repetia, referindo-se a Carlos Eduardo Rodrigues, diretor da Globo Filmes.
Marluce também disse estar disposta a criar uma campanha "Vá ao Cinema". O tempo todo, fugiu de polêmicas e evitou que a conversa ganhasse ar de debate. Quando Barreto tentou defender as cotas, ela afirmou que a ocasião não era apropriada para essa discussão. A Folha conversou com convidados e excluídos dos dois almoços da Globo e ninguém quis ser identificado. Há os que se animaram com a aproximação com a emissora e os que desconfiam de que seja apenas uma maneira de tentar barrar a Ancinav.
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Para Erlanger, "é incoerente taxar a TV para apoiar o cinema"
Globo quer incentivo estatal para produzir
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da Folha de S.Paulo
Em encontro com cineastas, a diretora-geral da Globo, Marluce Dias da Silva, defendeu que a TV receba incentivo do governo para produzir "conteúdo nacional".
A declaração foi dada nos dois almoços que a emissora realizou para receber um grupo de mais de 30 representantes da indústria cinematográfica nacional, nos últimos dias 5 e 6, no Projac (central de estúdios da Globo, no Rio). A recepção durou mais de dez horas e incluiu até visita à cidade cenográfica da novela "Celebridade".
Por trás do clima cortês, o convescote teve por objetivo angariar apoio da classe em duas das principais empreitadas políticas da Globo: 1) evitar que o governo obrigue as TVs a exibir cotas mínimas de programação regional e produção independente; 2) impedir a taxação da TV para fomento da indústria cinematográfica.
Esses dois "fantasmas" que assombram a Globo estão sendo debatidos pelo governo federal. Poderiam vir à tona na transformação da Ancine (Agência Nacional do Cinema) em Ancinav (do Audiovisual, incluindo as TVs).
Para organizar os almoços, Marluce contou com a assessoria do veterano Roberto Farias, membro do recém-criado Conselho Superior de Cinema (acima da Ancine) e pai de Maurício Farias, diretor da série global "A Grande Família". Para parte do setor, a Globo defenderá seu nome para a presidência da futura Ancinav.
Quando Marluce defendeu leis de incentivo para que as TVs produzam "conteúdo nacional", Farias disse achar justo fomento até para telenovelas. Farias e Marluce dividiram os cerca de 30 cineastas em dois grupos. Estavam presentes Luiz Carlos Barreto, Cacá Diegues, Sandra Werneck, Lucy Barreto, Walter Lima Jr., Alain Fresnot, Paula Lavigne, Diler Trindade, Hugo Carvana, Gustavo Dahl, Aníbal Massaíni, entre outros.
Eles chegaram ao Projac por volta das 10h. Após um "tour" por estúdios, foi servido um almoço. Das 15h30 às 20h30, aconteceu a reunião com Marluce.
A diretora-geral fez uma longa exposição sobre os investimentos da emissora em produção nacional. Dentre os exemplos, citou a parceria com a produtora O2, de Fernando Meirelles ("Cidade de Deus"), para a série "Cidade dos Homens". Várias vezes falou em "defesa do conteúdo nacional", afirmou que a Globo faz isso por idealismo, amor ao país.
Disse que o Canal Brasil (do qual é sócia) está "no vermelho", mas continuará no ar por exibir produções brasileiras. Tentou convencer o grupo de que a Globo está aberta à produção independente. "Falem com o Cadu", repetia, referindo-se a Carlos Eduardo Rodrigues, diretor da Globo Filmes.
Marluce também disse estar disposta a criar uma campanha "Vá ao Cinema". O tempo todo, fugiu de polêmicas e evitou que a conversa ganhasse ar de debate. Quando Barreto tentou defender as cotas, ela afirmou que a ocasião não era apropriada para essa discussão. A Folha conversou com convidados e excluídos dos dois almoços da Globo e ninguém quis ser identificado. Há os que se animaram com a aproximação com a emissora e os que desconfiam de que seja apenas uma maneira de tentar barrar a Ancinav.
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