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29/02/2004
-
06h02
SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo
Enquanto "Cidade de Deus" disputa hoje um inédito Oscar para o Brasil, seu diretor, Fernando Meirelles, afina o contrato para dirigir um filme do estúdio norte-americano Universal Pictures estimado em US$ 85 milhões (cerca de R$ 250 milhões).
O valor da produção de "Pompéia", filme do gênero catástrofe, é 28 vezes maior do que o custo de "Cidade de Deus" (US$ 3 milhões), indicado ao Oscar de melhor direção (Meirelles), fotografia (Cesar Charlone), montagem (Daniel Rezende) e roteiro adaptado (Bráulio Mantovani).
Meirelles, 47, diz que sua inserção no universo das superproduções é um efeito pré-Oscar, obtido desde a participação de "Cidade de Deus" no Festival de Cannes, em 2002. Mas o diretor aponta uma conseqüência financeira em sua acolhida por Hollywood: "O que deve aumentar é meu cachê". Para isso, a indicação basta. Não é necessário receber o Oscar na cerimônia de hoje (com transmissão pelo SBT e pelo canal a cabo TNT, a partir das 22h).
Meirelles acredita, contudo, que "Cidade de Deus" não sairá sem vitória. "Se não ganharmos montagem, vou sentir que fomos injustiçados. Mas qualquer outro prêmio seria inesperado", diz.
O montador Daniel Rezende, 28, também está engajado num projeto internacional. Ele edita no Canadá o longa "The Dark Water", dirigido pelo brasileiro Walter Salles. De Salles, Rezende já montou o inédito "Diários de Motocicleta", falado em espanhol e produzido pelo ator norte-americano Robert Redford. "Ainda me considero, de certa forma, fazendo cinema nacional, porque os dois filmes são dirigidos por Walter Salles", diz Rezende.
Com ou sem o Oscar na mão, o fotógrafo Cesar Charlone, 53, permanecerá em Los Angeles depois desta noite. Ele acompanha na cidade a finalização de "Sucker Free City", episódio-piloto de uma série de TV dirigido por Spike Lee ("Faça a Coisa Certa"). Lee subtraiu Charlone do set de Tony Scott, com quem o fotógrafo trabalhou em parte das filmagens de "Man on Fire", estrelado por Denzel Washington.
Concluído "Sucker Free City", Charlone voltará a trabalhar com Meirelles no título de origem inglesa "O Jardineiro Fiel". Orçado em US$ 28 milhões e financiado pela Focus Features --braço da Universal para filmes médios--, o longa está em andamento.
O roteirista Bráulio Mantovani, 40, fez uma consultoria à produção, que adapta o romance "The Constant Gardener", do inglês John Le Carré.
Atualmente, Mantovani escreve outro filme a ser dirigido por Meirelles. "Intolerância 2", que abordará os efeitos da globalização econômica em personagens de distintos continentes, deve reunir novamente boa parte da equipe de "Cidade de Deus", a partir de 2005, sob a produção da O2 Filmes, empresa do diretor.
Para esse título brasileiro, não deve faltar dinheiro estrangeiro. Um patrocinador japonês reservou lugar na agenda de Meirelles em Los Angeles. Quer discutir sua participação no projeto.
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Fique por dentro da 76ª edição do Oscar
Brasileiro "Cidade de Deus" disputa o Oscar hoje às 22h
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da Folha de S.Paulo
Enquanto "Cidade de Deus" disputa hoje um inédito Oscar para o Brasil, seu diretor, Fernando Meirelles, afina o contrato para dirigir um filme do estúdio norte-americano Universal Pictures estimado em US$ 85 milhões (cerca de R$ 250 milhões).
O valor da produção de "Pompéia", filme do gênero catástrofe, é 28 vezes maior do que o custo de "Cidade de Deus" (US$ 3 milhões), indicado ao Oscar de melhor direção (Meirelles), fotografia (Cesar Charlone), montagem (Daniel Rezende) e roteiro adaptado (Bráulio Mantovani).
Meirelles, 47, diz que sua inserção no universo das superproduções é um efeito pré-Oscar, obtido desde a participação de "Cidade de Deus" no Festival de Cannes, em 2002. Mas o diretor aponta uma conseqüência financeira em sua acolhida por Hollywood: "O que deve aumentar é meu cachê". Para isso, a indicação basta. Não é necessário receber o Oscar na cerimônia de hoje (com transmissão pelo SBT e pelo canal a cabo TNT, a partir das 22h).
Meirelles acredita, contudo, que "Cidade de Deus" não sairá sem vitória. "Se não ganharmos montagem, vou sentir que fomos injustiçados. Mas qualquer outro prêmio seria inesperado", diz.
O montador Daniel Rezende, 28, também está engajado num projeto internacional. Ele edita no Canadá o longa "The Dark Water", dirigido pelo brasileiro Walter Salles. De Salles, Rezende já montou o inédito "Diários de Motocicleta", falado em espanhol e produzido pelo ator norte-americano Robert Redford. "Ainda me considero, de certa forma, fazendo cinema nacional, porque os dois filmes são dirigidos por Walter Salles", diz Rezende.
Com ou sem o Oscar na mão, o fotógrafo Cesar Charlone, 53, permanecerá em Los Angeles depois desta noite. Ele acompanha na cidade a finalização de "Sucker Free City", episódio-piloto de uma série de TV dirigido por Spike Lee ("Faça a Coisa Certa"). Lee subtraiu Charlone do set de Tony Scott, com quem o fotógrafo trabalhou em parte das filmagens de "Man on Fire", estrelado por Denzel Washington.
Concluído "Sucker Free City", Charlone voltará a trabalhar com Meirelles no título de origem inglesa "O Jardineiro Fiel". Orçado em US$ 28 milhões e financiado pela Focus Features --braço da Universal para filmes médios--, o longa está em andamento.
O roteirista Bráulio Mantovani, 40, fez uma consultoria à produção, que adapta o romance "The Constant Gardener", do inglês John Le Carré.
Atualmente, Mantovani escreve outro filme a ser dirigido por Meirelles. "Intolerância 2", que abordará os efeitos da globalização econômica em personagens de distintos continentes, deve reunir novamente boa parte da equipe de "Cidade de Deus", a partir de 2005, sob a produção da O2 Filmes, empresa do diretor.
Para esse título brasileiro, não deve faltar dinheiro estrangeiro. Um patrocinador japonês reservou lugar na agenda de Meirelles em Los Angeles. Quer discutir sua participação no projeto.
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