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02/03/2004 - 08h12

Tudo no Oscar era esperado e, ainda assim, engraçado

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SÉRGIO DÁVILA
enviado especial da Folha a Los Angeles

Previsível e bem-humorado. Daqui a cem anos, quando um historiador de cultura pop for estudar o Oscar 2004, estes serão os dois adjetivos que pespegarão à cerimônia de anteontem à noite. Previsível: deu "O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei" de ponta a ponta --uma motoniveladora, como diria depois à Folha o brasileiro Fernando Meirelles.

Com 11 estatuetas em 11 indicações, a trilogia comandada pelo rechonchudo neozelandês Peter Jackson encostou nos dois recordistas anteriores, "Titanic" (1997) e "Ben-Hur" (1959), indo um passo além: é o único dos três que levou tudo o que disputava.

Assim, a interminável cinessérie entra para a história com 17 Oscar em 30 indicações, US$ 2,8 bilhões de bilheteria, mais de 20 personagens principais e 632 minutos de duração total, ou dez horas e meia de nomes e mais nomes e mais nomes... Mas só na cerimônia de anteontem que o filme emplacou em categorias importantes (no caso, filme, direção e roteiro adaptado). Como se a Academia estivesse esperando a conclusão para avaliá-lo direito.

Previsível: não deu o Brasil em nenhuma das quatro categorias em que concorria --direção, montagem, roteiro adaptado e fotografia. Nas três primeiras, Meirelles, Daniel Rezende e Bráulio Mantovani, respectivamente, perderam para a motoniveladora; na última, o épico-dramin "Mestre dos Mares - O Lado Mais Distante do Mundo" foi o culpado --surpresa: o quinto brasileiro da noite, Carlos Saldanha, viu seu curta de animação "Gone Nutty" perder a corrida não para o favorito da Disney, mas para o azarão "Harvie Krumpet". Não foi desta vez.

Previsível: Sean Penn e Tim Robbins ("Sobre Meninos e Lobos"), Charlize Theron ("Monster") e Renée Zellweger ("Cold Mountain") ganharam respectivamente as categorias de ator, coadjuvante, atriz e coadjuvante.

Idem para o canadense "As Invasões Bárbaras", de Denys Arcand, em filme estrangeiro, o segundo longa de Sofia Coppola ("Encontros e Desencontros") em roteiro original e "Procurando Nemo" como longa de animação.

Bem-humorado: Billy Cristal deu um banho de timing e graça em suas tiradas. Em seu oitavo Oscar, foi implacável com todos.

Por fim, o de 2004 foi ainda o Oscar que estreou a censura prévia, com um atraso de cinco segundos na transmissão ao vivo para evitar surpresas, e o que deu menos tempo entre as indicações (27 de janeiro) e a premiação (anteontem), para coibir a falta de ética na relação entre as campanhas dos grandes estúdios e os votantes.

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